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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sábado, 28 de outubro de 2017


Peça com Jesus travesti é suspensa

                         por liminar em Salvador



                   O espetáculo teatral  "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", que integra a programação do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC)  teve sua apresentação suspensa no final da tarde de ontem. A decisão partiu de uma liminar da 12ª Vara Cívil de Salvador, concedida pelo juiz Paulo Albiani Alves, e impediu que a Fundação Gregório de Mattos(FGM) , administradora do Espaço Cultural da Barroquinha, onde a peça seria apresentada, a exibisse.

                   Protagonizado pela atriz, professora e ativista Renata Carvalho,  que é transexual, a montagem questiona o que aconteceria se Jesus voltasse ao mundo na pele de uma travesti. O espetáculo – que chegou a ser exibido na noite de quinta (26)  – é uma mistura de monólogo e contação de histórias em um ritual que traz Cristo ao tempo presente, na pele de uma travesti
                   Na montagem, histórias bíblicas conhecidas são recontadas em uma perspectiva contemporânea, propondo uma reflexão sobre a opressão e intolerância sofridas por transgêneros e minorias em geral. A identidade travesti é elemento chave do espetáculo, que busca a transformação do olhar diante de identidades marcadas pelo estigma e pela marginalização. A direção é de Natalia Mallo,  artista  nascida na Argentina e residente em São Paulo, que tem desenvolvido projetos de colaborações internacionais para trabalhar na interseção de arte, educação e sociedade.

                   Procurada pela equipe de reportagem do CORREIO, a protagonista e a diretora do espetáculo  afirmaram que só se manifestariam no sábado (28), depois que se informassem melhor sobre a questão. Vale salientar que a peça também foi proibida no Sesc Jundiaí (SP), em circunstâncias muito parecidas com as de Salvador, por liminar concedida pelo juiz Luiz Antonio de Campos Júnior, atendendo a um pedido que já vinha sendo articulado há alguns dias por grupos  religiosos.
                   De acordo com o presidente da FGM, o diretor teatral Fernando Guerreiro, 51 anos, a liminar chegou estrategicamente depois das 17h, impossibilitando qualquer movimento no sentido de derrubar a decisão. “Só na segunda-feira poderemos fazer algo para impedir a continuidade desse movimento absurdo de censura”, disse Guerreiro. Com 40 anos de carreira, o diretor se disse chocado com a iniciativa que fere princípios democráticos. “A classe artística e a sociedade precisam frear essa movimentação de censura que tem repercussões gravíssimas, não só para a classe artística, mas para a liberdade democrática”, completa.

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