Nas brigas de galo, hoje proibidas no Brasil, utilizava-se o termo "tucado" para dizer que um galo estava nocauteado, derrotado. Acho que foi o que aconteceu com o Galo Mineiro, esta tarde em Marrakesh. O time brasileiro foi implacavelmente derrotado pelo Raja Casablanca, representante de Marrocos no Mundial de Clubes, por 3 a 1, e vai ter que disputar apenas o terceiro lugar, contra o Guangzhou Evergrande, da China. Muito pouco para quem sonhava em voltar campeão.
Nem o penalti mal marcado pelo árbitro espanhol Carlos Carvalho justifica a derrota brasileira para os africanos. O Atlético jogou pouco, deixou o adversário crescer e gostar da partida. Quando tentou reverter a situação, já estava tudo perdido.
O zero a zero do primeiro tempo não serviu para alertar os atleticanos, que já passaram por más situações nesta etapa do jogo. Mas o time de Cuca não acreditou que poderia perder e veio todo aberto para o segunto período. Levou um gol logo aos 5 minutos, marcado pelo ótimo atacante Iajour. O desespero bateu, mas graças ao talento de Ronaldinho (de atuação apenas regular) o empate foi conseguido aos 18 minutos, numa cobrança magistral do R10.
Mas muita coisa errada aconteceu. Os zagueiros Rever e Leonardo estiveram lentos. Josué errou todos os passes. E o ataque nunca chegou ao nível mostrado na Libertadores. Senti uma enorme saudade do garoto Bernard. Para completar, Cuca tirou Marcos Rocha, que era um dos melhores. E tudo desabou. Entretanto, o maior de todos os erros foi anúncio da saída do treinador, as vésperas de uma competição tão importante. Os brasileiros nunca aprendem.
Aí veio o penalti inventado pelo árbitro. Tever não tocou em Iajour, mas o espanhol marcou. E, desta vez, Victor não conseguiu fazer milagre. Moutaouali bateu com grande categoria, fazendo 2 a 1, aos 38' do segundo tempo. A água bateu no pescoço, e o Galo ainda deu chance para que Mabide, justamente Mabide - aquele que havia dito na véspera que "Ronaldinho já não é mais aquele" - marcasse o terceiro gol marroquino.
O raio caiu outra vez no mesmo lugar. Outro africano tirou um clube brasileiro da final do Mundial. Exatamente como o Mazembe fez com o Inter, em 2010. E a final de sábado será entre o favorito Bayern Munique e este Raja que depenou o Galo.