Vejam o discurso de Temer
se dizendo perseguido
O presidente Michel Temer fez um pronunciamento, hoje no Palácio do Planalto, no qual afirmou que é alvo de "mentiras" contra sua honra e de tentativas de incriminar a ele e à sua família.
Temer se disse alvo de "vazamentos irresponsáveis" e afirmou que vai pedir a apuração disso ao ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, ao qual está subordinada a Polícia Federal. “Se pensam que atacarão minha honra, da minha família e vão ficar impunes, não ficarão sem resposta, como esta que estou dando agora”- declarou.
“Vou sugerir ao ministro Jungmann que apure internamente como se dão esses vazamentos irresponsáveis, porque, mais uma vez eu digo, não é a imprensa que vai lá de forma escondida para examinar os autos. Os dados são fornecidos por quem preside o inquérito, que comanda o inquérito, seja aonde for, e naturalmente quando isso chega à imprensa, a imprensa divulga”- afirmou.
Ontem, a Polícia Federal pediu ao ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) uma nova prorrogação por 60 dias do prazo do inquérito que investiga o presidente. A Polícia Federal quer mais tempo para concluir a análise dos extratos bancários de Temer, cujo sigilo foi quebrado no mês passado com autorização de Barroso. No próximo dia 2, a PF ouvirá em depoimento a filha do presidente, Maristela Temer, sobre a origem do dinheiro usado na reforma da casa dela.
O inquérito da Polícia Federal apura se Temer editou um decreto no ano passado para beneficiar empresas do setor portuário em troca de propina. Amigos do presidente chegaram a ser presos no fim de março, na Operação Skala, da PF, em razão dessa investigação. Temer nega que o objetivo da medida tenha sido favorecer empresas.
No discurso, Temer classificou o inquérito como uma “perseguição criminosa, disfarçada de investigação”. O presidente também comentou o pedido de prorrogação do inquérito por mais 60 dias. Segundo ele, a intenção é “deixar o presidente da República em uma situação de incômodo institucional”.