Mistério no céu gaúcho
permanece, 20 anos depois
Em outubro de 1996 o empresário Haroldo Westendorff e três funcionários do Aeroporto avistaram um Ovni
Reprodução mostra como seria o objeto
Nas alturas, um Objeto Voador Não Identificado (Ovni) em formato triangular e proporções de um estádio de futebol, sobrevoando a Lagoa dos Patos. O episódio envolvendo o empresário Haroldo Westendorff e três testemunhas, numa manhã de céu claro, chega aos 20 anos e, ainda hoje, ocupa lugar de destaque no campo da ufologia nacional.
Westendorff pilotava o avião Embraer Tupi de prefixo PT-NHT, nas proximidades de São José do Norte, que apesar do nome fica bem no sul do Rio Grande do Sul, quando teve a visão, segundo relatou à época. Morador de Pelotas, a decolagem do Aeroporto do município foi por volta de 9 hora de um sábado ensolarado de 5 de outubro. Então, quando o relógio marcou 10h15m e ele passava sobre a Ilha de Sarangonha, subitamente viu-se diante do gigantesco objeto que sobrevoava a região. O Caso Westendorff, como ficou popular, tornou-se conhecido em todo o Brasil e também no exterior. Assim, passou a compor as referências bibliográficas de eventos marcados por fenômenos similares.
Conforme o relato do então bicampeão brasileiro de acrobacias, o Ovni parecido com um cone com os vértices arredondados fazia movimentos circulares em torno de si, enquanto se deslocava. A cor assemelhava-se à de uma lata envelhecida. O aviador contou ter circundado o objeto três vezes durante 12 minutos, em alguns momentos a uma distância de cem metros. O avião estava a 1,8 quilômetro de altitude. Westendorff ainda acompanhou a saída de uma espécie de disco da ponta da estranha nave, que emitiu a seguir raios vermelhos.
Três pontos ajudam, ainda, a explicar porque o episódio conquistou a credibilidade dos pesquisadores desta, muitas vezes, fantasiosa área. Além de o avistamento ter ocorrido numa manhã de céu limpo, as palavras dos três funcionários, daquela época, do Aeroporto foram fundamentais. A riqueza de detalhes no depoimento, repetido dezenas de vezes desde 1996, também contribuiu muito.
Westendorff elogiou a postura dos servidores públicos que aceitaram dividir o que poderia ser um segredo entre eles. “Foi muita coragem deles. Quando eu pousei, disse: ‘Só falo se vocês confirmarem’” - lembrou o aviador durante conversa com o jornal pelotense Diário Popular, em 2006, dez anos depois.
Vejam o que as testemunhas disseram em 1996: Airton Mendes da Silva - “Olhei para fora e vi no horizonte um objeto, na forma de um triângulo acinzentado, com as bordas arredondadas. Desconheço aeronave na Terra que se desloque no sentido vertical, como se deslocou o objeto antes de desaparecer entre as nuvens.”
Gilberto Martins - “Ele parecia, a olho nu, do tamanho de uma torre de alta tensão.”
Jorge Renato Dutra - “Nunca tinha visto um monstro daquele tamanho voando.”