A julgar pelos resultados dos jogos de ida, Olímpia do Paraguai e Newells Old Boys da Argentina devem decidir a Copa Libertadores da América. Os dois ganharam em casa pelo mesmo placar (2 a 0) e ficaram em ótima situação para chegar à final. Mas algo me diz que poderemos ter surpresa nas partidas de volta.
O fato é que os quatro clubes que disputam as semifinais costumam usar seus estádios para ganhar seus jogos. O Olímpia é o único dos quatro que já foi campeão da Libertadores, e tradição vale muito nestas decisões. Mas jogar no Estádio Nemesio Camacho, o El Campin, em Bogotá, não é nada fácil. Cerca de 37 mil torcedores estarão lá, empurrando o Independiente Santa Fé. É bom lembrar que nas oitavas-de-final, o Santa Fé também perdeu em Porto Alegre para o Grêmio (2 a 1) e foi buscar a classificação em casa, ganhando por 1 a 0 e eliminando os gremistas. A diferença agora é de dois gols, mas acreditem, não é impossível. O Caldeirão Colombiano vai ferver.
E a situação se repete na outra ponta da semifinal, com o Atlético Mineiro usando o Independência para tentar desbancar o Newells. Ontem, lá no Estádio Marcelo Bielsa (que antes se chamava Ilhas Malvinas), o Galo não teve a menor chance. Ouvi muitas críticas, mas não acho que o time mineiro tenha jogado tão mal. Fez um bom primeiro tempo e teve a sua grande chance quando Ronaldinho fez um passe maravilhoso e deixou Bernard na cara do gol. O garoto tentou driblar o goleiro e perdeu a oportunidade.
Maxi Rodriguez arrancou a camisa e festejou a marcação do primeiro gol
Rever e Leonardo Silva fizeram muita falta e, no segundo tempo a torcida rubro-negra se levantou e empurrou o Galo para a defesa. A pressão ficou terrível e deu pra sentir que o time argentino faria o gol, que veio através do raçudo Maxi Rodriguez, que não deve ser confundido com seu xará uruguaio, atualmente jogando no Grêmio. E no segundo gol, marcado de falta por Scocco, Victor falhou duplamente: na montagem da barreira e no salto atrasado para a bola. É bom lembrar que nos últimos minutos, o Atlético escapou do terceiro gol, que seria mortal para os seus sonhos.
Na Arena Independência, quarta-feira que vem, a torcida será fundamental para que o Galo consiga pelo menos um gol no primeiro tempo. Se isto ocorrer, duvido que os argentinos suportem a pressão. Mas se levar um gol, o time brasileiro está fora da Copa.