Na minha caminhada diária pelo centro da cidade, fiquei contente hoje, ao ver muitas pessoas vestindo a camisa do Londrina Esporte Clube. E mais ainda por constatar a presença de muitos jovens, especialmente meninas adolescentes, que nesta segunda-feira foram para a escola de azul e branco, com a camisa do time da cidade. Observei também que a grande maioria prefere o modelo tradicional, aquela camisa alviceleste em listras largas, parecidas com aquelas da Seleção Argentina. Muitas camisas novas, mas quase todas no modelo que tornou o Tubarão famoso em todo o Brasil, no Brasileirão de 77. Indiscutivelmente, muito mais bonita do que as outras.
Fiquei feliz com a conquista do Londrina. Entretanto, todas as pessoas que me conhecem bem, sabem que este que aí está não é o Londrina que eu aprendi a amar, quando aqui cheguei, em 1964. Não gosto dos chamados "times de dono". Desde que o Tubarão ingressou neste modelo de opção, perdi grande parte da paixão antiga, que me fez até passar mal em estádios, de tanta emoção. Hoje, vejo o Londrina Esporte Clube como mais uma instituição comercial da cidade, dirigida por pessoas que vieram para a cidade para ganhar dinheiro. Não há nada de errado nisto, só que não é o meu modelo ideal para se tocar um clube de futebol.
Apesar de tudo isto, não posso deixar de reconhecer que a conquista de um título estadual é muito importante para Londrina. E que ela proporciona alegria, especialmente para as pessoas que não dão muita bola pra essa história de paixão, preferindo vibrar com o momento, o gosto de ganhar.
Por tudo isto, estou feliz com a vitória do Tubarão. Apenas nunca vou me sentir bem, quando em plena festa de conquista de um campeonato, o "dono" de um time declarar que já vendeu alguns daqueles jogadores que acabaram de se sagrar campeões para um outro clube qualquer.
Talvez eu seja o último romântico do futebol !