Morre mais um artista: Ademilde Fonseca

                 Morreu ontem à noite, no Rio, a cantora Ademilde Fonseca, a Rainha do Chorinho". Com problemas cardíacos, ela teve um mal súbito, em casa, e partiu aos 91 anos. Apesar da idade, ela continuava em atividade, interpretando clássicos do choro. Ainda no último dia 18, fez um show em Porto Alegre, acompanhada pela filha Eymar Fonseca (voz), Walter Silva (violão), Alan Hay (cavaquinho) e Guilherme Feijão Sanches (pandeiro).

                 Ademilde Fonseca Delfino nasceu em São Gonçalo do Amarante, no Rio Grande do Norte, no dia 4 de março de 1921. Suas interpretações a consagraram como a maior intérprete do choro cantado. Trabalhou por mais de dez anos na TV Tupi, e seus discos venderam mais de meio milhão de cópias. Cantou muitos sucessos nacionais, como Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho, Teco-Teco, Meu Cariri, Na Baixa do Sapateiro e dezenas de outros. Cantava também samba e forró.
                  Foi ela que, há 70 anos atrás,  colocou letra no Tico-Tico no Fúba, que só tinha a música de Zequinha de Abreu. Ademilde adaptou os versos escritos por Eurico Barreiro, que viriam a se tornar conhecidos em sua voz.
                   Na sua última entrevista, disse: "Pode aparecer um trabalho melhor, mas igual ao meu não vai aparecer mais, não. O malabarismo, a dicção e a tessitura são as três coisas que Deus me deu. Sempre fui muito simples, mas hoje, com minha idade, tenho que abandonar a modéstia para falar essa verdade."