a Cidade Baixa, em Porto Alegre
(O talentoso colunista gaúcho Paulo Germano, do jornal ZeroHora, nos conta hoje um incrível caso de um galo que vive na zona urbana da capital gaúcha)
Dona Edith foi ao médico, pediu remédio para dormir, passou a tomar comprimido toda noite, mas não adianta: ela ainda acorda com o cocoricó do galo.
O bicho canta às quatro, às cinco, às seis, às sete, e assim vai esculhambando o sono de moradores da Rua da República, na Cidade Baixa, um bairro central de Porto Alegre. Ninguém sabe ao certo quem é o dono do galináceo, mas a cantoria parece vir de um prédio azul, na quadra entre a João Pessoa e a Lima e Silva.
" Sabe o que é um galo que grita alto? É horrível, mas fico com pena, sabe? Ele devia estar em uma fazenda" – opina dona Edith, 73 anos.
Já o marido dela, seu Celso, 74 anos, é um dos que simpatizam com o bichinho: conta que, de vez em quando, o galo passeia pelos galhos de uma árvore ali na frente. Quem o vê da calçada, costuma parar, comentar, tirar fotos. " Ele é amarronzado, bem bonitinho. Não escuto nada à noite, mas meu ouvido não é mais dos melhores" – sorri seu Celso.
Muito lindo o canto natural do galináceo, não incomoda absolutamente em nada ao contrário ele anuncia mais um amanhecer.As pessoas deviam se incomodar com os drogados, ébrios,desocupados, pedintes, inoportunos, prostitutas e outras faunas extranhas que gritam, brigam, infestam e incomodam todas as noites até à madrugada e por vezes até o amanhecer. Concentre suas energias melhor e não em um animal indefeso que trás algumas alegrias as pessoas que o sabem apreciar.
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