"Amor e Revolução"

          Apesar de gostar do SBT, eu nunca acreditei muito que o canal do Silvio Santos conseguisse fazer uma boa novela. Sempre achei que o SBT tinha mais cara de Ratinho, Moacir Franco, Carlos Alberto Nóbrega, etc. Mas devo reconhecer que o trabalho feito nesta novela "Amor e Revolução" é muito bom. Especialmente para quem viveu na época da Revolução de 64.
           Eu tinha 23 anos e morava em São Paulo, quando a Ditadura entrou de sola na vida dos brasileiros. A novela está me fazendo recordar situações que eu e as pessoas de mais de 60 anos sentimos na carne. Os medos, as limitações tudo aquilo está sendo revivido. Ainda na sexta-feira foi mostrada a violência praticada pelos policiais e militares contra o Teatro de Vanguarda. Os atores e atrizes apanharam e o teatro foi incendiado. Se você ainda não viu, assista um ou dois capítulos. Vale a pena.
             É claro que existem limitações técnicas, porque não dá para comparar o SBT com a Globo. Mas muita coisa boa nos mostra esta novela, que mais parece um documentário sobre a dureza que foi a ditadura. E mostra também que os dois lados (direita e esquerda) cometeram erros absurdos.
       

   Além de tudo isto, temos bons atores, como Lúcia Veríssimo, Claudio Lins (filho do compositor Ivan Lins) Reinaldo Gonzaga, Claudio Cavalcanti, Graziella Schimitt, Gisele Tigre, Nicole Puzzi, Jayme Periard, Tiago Abravanel, Mário Cardoso, Luciana Vendramini e muitos outros.  E cenas marcantes, inclusive com o primeiro beijo gay da televisão brasileira (foto), protagonizado por Luciana Vendramini e Gisele Tigre.
    Em suma, o que rola em "Amor e Revolução" é pura história do Brasil. Entre erros e acertos, ousadias e limitações, o SBT acertou no lançamento do evento. Parabéns !