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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

domingo, 17 de junho de 2018

O uso da camisa amarela
           está caindo por razões políticas ?




                                Pouco se vê de camisas verde e amarelo pelas ruas do Brasil em plena Copa do Mundo 2018. O suposto motivo é que manifestantes contrários ao PT e ao governo de Dilma Rousseff usaram a camisa da Seleção Brasileira como uniforme e, agora, quem torce pelo Brasil fica com receio de ser considerado apoiador dos protestos passados.

                A camisa foi adotada como símbolo dos protestos pró-impeachment da presidente Dilma. "Foi apropriada por esses movimentos porque representa o Brasil que deu certo, mas virou sinônimo da polarização política do país. Evito usar na rua. Não quero ser confundido"- afirma o estudante Matheus Peogetti, 18 anos.

       O auditor Vinícius Nagawa, 24, acredita que o uso da camisa amarela nas manifestações indica o tamanho da crise de identidade dos brasileiros. "É como se precisássemos do uniforme da Seleção para nos sentirmos brasileiros. Na falta de todo o resto, é o futebol que nos representa" - afirma.
                   A verdade é que a procura pela camisa amarela diminuiu, segundo revela a Folha de S. Paulo. O uniforme azul estaria conquistando os torcedores por estar menos ligado ao racha político que pautou brigas e agressões entre a direita verde-amarela e a esquerda vermelha.
                    Já a marca patrocinadora da Seleção, a Nike, informou em nota que a camisa azul caiu no gosto do brasileiro e está com um ritmo de saída acelerado, já esgotada em algumas lojas, mas atribuiu o desempenho a seu design inovador.
                      O escritor gaúcho Aldyr Garcia Schlee, pelotense de 83 anos, que aos 17 anos venceu o concurso que escolheu o desenho do uniforme da Seleção, em 1954, diz aprovar a atual rejeição a sua criação após o uso político. "Usaram a camisa para derrubar Dilma como se fosse um símbolo nacional sem se darem conta de que ela representa uma entidade fraudulenta" - considera Schlee.
                    E o professor de literatura da USP (Universidade de São Paulo) José Miguel Wisnik, autor do livro Veneno Remédio (Companhia das Letras), que explorou as relações entre o futebol e o imaginário coletivo brasileiro, avalia que a vida pública brasileira está fortemente faccionalizada e o futebol não é capaz da magia de criar unanimidades.
                   "A seleção não é redutível a um uso político que se faça dela" - diz ele, que critica o que chama de posição puramente reativa da esquerda.   

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