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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Menino ou Menina ?


                  Não há consenso na medicina e na ciência se Tiffany Abreu, jogadora do Bauru Vôlei, que disputa a Superliga Feminina de Vôlei, possui algum tipo de vantagem por ser uma mulher transexual de transição tardia. Até os 29 anos, ela jogou profissionalmente como Rodrigo.


                   Nesta quarta-feira, a comissão médica da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) se reuniu para discutir a participação de atletas transgênero no esporte. O encontro aconteceu em Lausanne, na Suíça.
Tudo foi motivado pelo caso Tifanny, a primeira mulher trans a jogar vôlei profissionalmente no Brasil. Seu alto rendimento no esporte (ela tem a melhor média de pontos por saque da Superliga: 5,00, contra 4,91 de Tandara) fez com que integrantes de equipes rivais protestassem contra sua presença na categoria, afirmando que ela desfruta dos benefícios de ter vivido a puberdade como homem.
                       Segundo o Hypeness, de todos os estudos realizados no Brasil, porém, nenhum comprovou a suposta vantagem. Em outra via, também não comprovou que ela não exista. A falta de consenso entre os estudos brasileiros levou o caso para a comissão internacional.
                      Tiffany não é a única atleta transexual a competir profissionalmente no vôlei feminino. Na Itália, Alessia Ameri joga na segunda divisão nacional. Sua contratação também foi polêmica, mas o clube decretou que ela é mulher perante o Estado italiano e que sua contratação foi baseada em qualidade técnica.
                  O jornal La Repubblica diz, porém, que Alessia é “menos encorpada” que Tiffany, o que torna sua participação menos polêmica.
                         Em outro caso, este na Espanha, Omaira Perdomo teve autorização para participar de competições femininas sendo mulher trans. Ela, porém, tem 18 anos e já disputou competições juvenis na categoria.
                           Tifanny nasceu Rodrigo há 33 anos em Goiás, como era conhecido até os 29. Como jogador profissional, Rodrigo teve pouco destaque, limitando-se a equipes da segunda divisão. Porém, o técnico do Juiz de Fora disse ao jornal O Estado de Minas que Rodrigo foi essencial na subida do time para a série A da Superliga masculina.
                       Rodrigo fez os tratamentos hormonais entre 2012 e 2014, quando passou pela cirurgia de redesignação sexual. Em dezembro de 2017, o Bauru anunciou sua contratação. Tiffany estreou no mesmo mês e se tornou o principal destaque do vôlei feminino brasileiro, com média de 23,3 pontos por partida.
                        Berenice Bilharinho de Mendonça, referência nacional em distúrbios do desenvolvimento sexual, que atende no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, disse ao UOL que não enxerga razões para questionar a presença de Tiffany no esporte. “Se formos discriminar as mulheres trans por serem mais altas deveríamos também limitar a participação das mulheres cis mais altas” - opina ela.
                   A ex-jogadora Ana Paula Henkel, conhecida por suas posições políticas polêmicas, publicou uma carta aberta no Estadão com o título “Biologia não é de esquerda nem de direita”, criticando a presença de Tiffany.
                   “É justo simplesmente fingir que estas inegáveis diferenças biológicas não existem em nome de uma agenda político-ideológica que servirá para cercear um espaço tão duramente conquistado pelas mulheres ao longo de séculos?” - questionou.

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