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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 16 de agosto de 2016

OURO PRA FECHAR O DIA




   No salto com vara, o brasileiro Thiago Braz deu a grande alegria da segunda-feira aos brasileiros


                O Brasil encerrou a segunda-feira olímpica com um histórico ouro no salto com vara masculino. Aos 22 anos, Thiago Braz venceu na final o francês Renaud Lavillenie, campeão olímpico em Londres e recordista mundial, e conquistou o lugar mais alto do pódio na Rio 2016. De quebra, o jovem, de Marília, no interior de São Paulo, ainda estabeleceu novo recorde olímpico: 6,03 metros.
                  Criado pelos avós, que estavam no estádio Engenhão acompanhando a prova, o atleta deu entrevista logo após a conquista ainda sem entender direito o que havia acontecido. "Não caiu a ficha ainda que eu sou campeão olímpico. Agradeço a todos que passaram pela minha trajetória. Todos foram importantes. Tenho muita gente aqui comigo hoje e agradeço a todos. Onde a minha mãe estiver, sei que ela está orgulhosa. Minha família inteira sempre passou por muita dificuldade, tivemos que passar por situações difíceis mas hoje somos todos vencedores", disse o medalhista.
                  O sucesso de Thiago pode ter sido uma surpresa para os torcedores brasileiros, mas o currículo do atleta nos últimos anos o credenciou como um dos grandes nomes do salto com vara no Rio. Campeão mundial júnior em 2012, ele tinha até esta segunda-feira 5,92 m como melhor marca,  que o colocava como um dos melhores do mundo.Sargento da Força Aérea Brasileira e tido como uma das grandes promessas do esporte, ele amadureceu rápido e escolheu o Rio para brilhar.
                   A medalha de ouro de Thiago Braz levou o Brasil do 32º para o 16º lugar no quadro de medalhas com duas de ouro (Rafaela Silva e Thiago Braz), três de prata (Felipe Wu, Diego Hypolito e Arthur Zanetti) e quatro de bronze (Mayra Aguiar, Rafael Baby, Arthur Nory e Poliana Okimoto), nove no total.

                   Na final, Thiago foi eliminando aos poucos os rivais até chegar à disputa com Lavillenie pela medalha de ouro. O francês, que tem incríveis 6,16 m como melhor marca da carreira, passou fácil os 5,98 m e jogou a pressão para o brasileiro. Mas Thiago, porém, inverteu o jogo. Apostou tudo e subiu o sarrafo para 6,03, altura inédita para ele. Empurrado pelos gritos da torcida na arquibancada, Thiago passou bem na segunda tentativa das três possíveis e obrigou o francês a acompanhá-lo. Lavillenie falhou nas duas primeiras e tentou devolver a tática usada pelo rival: jogou a altura para 6,08 m. Não passou, e Thiago conquistou o ouro inédito para o Brasil no salto com vara. 
                      "Logo que ele passou 5,98 m, eu senti dentro de mim que era para ir direto para 6,03. Eu estava muito concentrado no que estava acontecendo. Era algo preparado há muito tempo. Eu escutei Deus pedindo para fazer aquilo, eu mesmo estava confiante e meu treinador disse que foi a coisa certa. Quando eu estava lá em cima, olhei para baixo e pensei: 'meu Deus, passei" - falou o campeão. "Ele sacrificou muita coisa para ganhar o ouro para o Brasil. Ele merece muito por ser tão lutador assim", disse em entrevista à ESPN a mulher de Thiago, Ana Paula, emocionada na arquibancada no estádio Engenhão. Ela contou que há dois meses não convive com o marido, que resolveu se isolar para a última fase da preparação em Natal, no Rio Grande do Norte.
                    Os movimentos precisos de Thiago Braz tiveram o treinamento e a supervisão de um lenda da modalidade, o ucraniano Vitaly Petrov, treinador de duas estrelas: o também ucraniano Sergei Bubka e da russa Ielena Isinbaieva, vetada da Rio 2016 após o escândalo do doping da Rússia. Ontem à noite  no Engenhão, Braz fez jus ao apelido que ganhou de Petrov: "novo Bubka".

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