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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

segunda-feira, 21 de março de 2016

CANÇÕES QUE FICAM PRA SEMPRE !

                                " E  U    E    A    B  R  I  S  A "

                                          J  o  h  n  n  y         A  l  f

                                                                                   (última postagem da Série )
                      
 

                     Um dos nomes mais importantes na história da imprensa londrinense, e um particular e especial amigo meu,  Camilo Musetti, ( na foto com a querida esposa Heidi Musetti ) participa hoje desta postagem que encerra a série musical "Canções que ficam pra Sempre".

 Muito mais conhecido por seu nome artístico (Darcy Machado), ele mostra aqui também sua afinidade musical, com a escolha de uma das mais bonitas canções brasileiras de todos os tempos:  "EU E A BRISA", do inesquecível  JOHNNY ALF,  eterno ídolo dos apreciadores da boa música nacional.





           A história de "Eu e a Brisa" nos conta que ela foi uma canção originalmente encomendada para o casamento de um amigo de Johnny Alf.  Mais tarde, a música acabou sendo uma das concorrentes do “III Festival de MPB da Record” (1967). Não teve sorte,  pois os jurados não se impressionaram com a sua beleza, nem com a boa interpretação da cantora Márcia ou com o arranjo de José Briamonte, desclassificando-a para as finais.
 
            Mas esta romântica balada foi aos poucos se impondo e ganhando prestígio,  para se tornar a mais solicitada e gravada canção de Johnny Alf. E seu destino inicial acabou sendo cumprido: mesmo sendo vetada pelo padre oficiante do casamento do amigo de Alf, tornou-se uma de nossas composições frequentemente executadas nas cerimônias matrimoniais, o que ocorre até hoje.





             “Eu e a Brisa” foi escrita por Johnny Alf (1929), nome artístico de Alfredo José da Silva, lançada no disco homônimo do ano de 1967. A gravação mais famosa da canção é a da cantora Márcia. Esta gravação surgiu após a música de Johnny Alf ter participado do “III Festival de Música Brasileira”, em1967, da TV Record (canal 7 – São Paulo).
 
          A respeito dessa participação no Festival, Johnny contava que foi procurado pela cantora Márcia. Na época ele atuava como professor de música do “Conservatório Meireles” em São Paulo. Márcia queria se inscrever no Festival da Record e buscava uma música. Alf tirou da gaveta, colocou título e letra em “Eu e a brisa”. A canção foi defendida brilhantemente por Márcia, porém foi desclassificada. Esta desclassificação entrou para a história como a “mais clamorosa injustiça dos festivais”. Um mês após essa eliminação “Eu e a brisa” passou a tocar nas rádios de todo o Brasil e tornou-se um sucesso permanente.
 
              Alguns estudiosos consideram que Johnny Alf foi precursor da bossa-nova, antecipando-se em pelo menos três anos a suavidade sincopada que seria a marca registrada de João Gilberto. A canção esteve presente na trilha sonora das novelas “As Três Marias”(1980/1981 – Baby Consuelo) e “Mulheres Apaixonadas (2003 – Márcia). 


 

                                                  EU E A BRISA
Ah! se a juventude que esta brisa canta
Ficasse aqui comigo mais um pouco
Eu poderia esquecer a dor de ser tão só
Pra ser um sonho
E aí então quem sabe alguém chegasse
Buscando um sonho em forma de desejo
Felicidade então pra nós seria
E depois que a tarde nos trouxesse a lua
Se o amor chegasse eu não resistiria
E a madrugada acalentaria nossa paz
Fica, oh! brisa fica
Pois talvez quem sabe
O inesperado faça uma surpresa
E traga alguém que queira te escutar
E junto a mim, queira ficar,
Queira ficar, queira ficar.



 

               Alfredo José da Silva era o nome de batismo de Johnny Alf, um carioca que nasceu cheio de talento: exímio pianista, compositor e dono de uma voz inconfundível. Um artista completo, que se criou curtindo musica erudita e depois explodiu na música popular.
 
              Como pianista, tocou nas boas casa noturnas cariocas da época, como Monte Carlo, Mandarim, Clube da Chave, Beco das  Garrafas, Drink e Plaza. E nesta época, suas canções  se destacaram como precursoras da Bossa ,Nova, como  "Céu e Mar" e "Rapaz de Bem".
 
Em 1965 foi para São Paulo. Fez uma turnê por todo o Interior e depois veio chegou a Capital, para assumir como professor de música do Conservatório Meireles.  E foi nesta época que lançou no  3º Festival  da Música Popular Brasileira da TV Record  a música "Eu e a Brisa", tendo como intérprete a cantora Márcia, que era esposa do narrador Silvio Luiz. O Brasil inteiro cantou esta música.
 
Por mais uma década e meia, Johnny ainda fez muitos shows, mas aí começou a ter problemas de saúde. Como não tinha parentes, viveu seus últimos anos num asilo em Santo André. Seu último show foi em 2009, no Teatro do Sesi, na capital paulista, ao lado da cantora Alaíde Costa.
  
Johnny Alf morreu neste asilo, aos 80 anos, no dia 4 de março de 2010. E o jornalista Ruy Castro escreveu naquele dia: "Morreu o verdadeiro pai da Bossa Nova !"
 
 


 
 

 

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