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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

           O ex-goleiro do Goytacaz Futebol Clube que virou puxador oficial da Escola de Samba Império Serrano e que fez uma linda carreira de cantor. Mas o diabetes lhe tirou a visão de um dos olhos, e ele acabou morrendo atropelado, com apenas 55 anos.

                        R O B E R T O      R I B E I R O


                    

         Aprendi a admirar o talento de ROBERTO RIBEIRO por causa deste samba de Nelson Rufino, que aparece no vídeo acima, e que se chama "VAZIO", gravado em 1979.  Eu estava numa roda de samba em Pelotas-RS, quando escutei aquela letra incrível feita em cima de uma melodia irretocável: "Está faltando uma coisa em mim  / E é você amor, tenho certeza sim / Nossos momentos foram algo mais / Sem eles hoje eu / Não tenho paz..."  
        Muita gente conhece esse samba como "Está faltando uma coisa em mim".   De qualquer forma,  é mesmo um samba magnífico.  Ouça aí pra ver.
       
          O nome de Roberto Ribeiro era na verdade Dermeval Miranda Maciel. Ele nasceu em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro, no dia 20 de julho de 1940, filho do jardineiro Roberto Ribeiro de Miranda e da dona Júlia Maciel Miranda.  Apesar de ser do interior, Roberto desde menino era um verdadeiro carioca, apaixonado por futebol e samba. Aos 9 anos, trabalhava como entregador de leite, mas já frequentava a Escola de Samba Amigos da Farra, da cidade de Campos. Também participava das festas de tradição "Boi Pintadinho".


                         Roberto foi jogador de futebol profissional em sua cidade natal. Ele era conhecido como "Pneu", o goleiro do Goytacaz Futebol Clube, até 1965, quando se mudou para o Rio, em busca de um lugar em um clube grande carioca. E chegou a treinar no Fluminense, mas começou a trabalhar com música e a se apresentar na Rádio Mauá do Rio. O futebol ficou pra trás.
                          E foi sua performance como cantor que chamou a atenção da compositora Liette de Souza (irmã do compositor Jorge Lucas), que viria a ser esposa de Roberto.  E foi ela que  se encarregou de apresentá-lo aos sambistas da Império Serrano.  Roberto passou a frequentar as rodas de samba da tradicional escola de Madureira. Impressionou e foi convidado pelos dirigentes para puxar na avenida o samba-enredo do Carnaval de 1971, o que não foi possível, porque Roberto teve que se empenhar para lançar seus primeiros discos. Mas a partir de 74 , ele firmou-se como puxador oficial da Império, defendendo a Escola até o Carnaval de 81.
                        Sua carreira de cantor ganhou impulso em 72, com a gravação de três compactos em parceria com a cantora Elza Soares e, logo em seguida, os dois gravaram então o LP "Elza Soares e Roberto Ribeiro - Sangue, Suor e Raça", que fez sucesso.  No ano seguinte, a parceria foi com Simone, com novo sucesso. E finalmente veio o primeiro álbum solo, "Roberto Ribeiro".
                       Roberto Ribeiro gravou mais de 20 discos, com grandes sucessos populares, como as canções "Acreditar",  "Estrela de Madureira",  "Todo Menino é um Rei",  Vazio (que está no nosso vídeo), "Malandros Maneiros",  "Fala Brasil",  "Amor de Verdade" e vários outros.

                      E a carreira de Roberto continuava crescendo, até que ele passou a sofrer de um sério problema de vista, acabando por perder um olho, em razão de uma contaminação por fungo, agravada pelo diabetes.  E foi então que ele acabou sendo atropelado no bairro de Jacarepaguá, perdendo estupidamente a vida, quando tinha apenas 55 anos.



                           Sua vida está contada no livro "Dez anos de saudade", escrito por sua esposa Liette de Souza Maciel e distribuído pela Potiguar Editora.


                    




                                     

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