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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

      Filho de compositor, ele começou na Bossa Nova, ao lado de Vinicius de Moraes. Mas logo se engajou numa postura mais político-social, como Geraldo Vandré e tantos outros músicos dos tempos da ditadura. Fez muitas canções maravilhosas, mas bastam duas para credenciá-lo entre os melhores: "Arrastão" e "Ponteio".  

                                       E  D  U         L  O  B  O

                    


                   É ouvindo "PONTEIO", maravilhosa canção que ganhou o 3º Festival de MPB da Record de 1967, que a gente começa a conversar sobre este grande compositor, cantor, arranjador e instrumentista   EDU LOBO.    Interpretado por Marília Medalha e pelo próprio Edu,  "Ponteio" derrotou um "esquadrão" de composições que participaram daquele festival, como "Domingo no Parque" (Gilberto Gil), "Roda Viva" (Chico Buarque), "Alegria, Alegria" (Caetano Veloso), "Maria, Carnaval e Cinzas" (interpretada por Roberto Carlos) e "O Cantador", de Dori Caymmi e Nelson Motta, que deu o prêmio de melhor intérprete a  Elis Regina.  Foi mesmo um super festival.
                     "Era um, era dois, era cem,  Era o mundo chegando e ninguém..."  E que fechava com: "Quem me dera agora / Eu tivesse a viola / Pra cantar..."





                      Eduardo de Góes Lobo é filho do compositor Fernando Lobo e começou na música tocando acordeão, mas acabou contrariando seu pai e se interessando por violão. Iniciou carreira em 1960, fortemente influenciado pela bossa nova, e até fez uma parceria com Vinicius de Moraes (amigo chegado da família) com quem compôs "Só Me Fez Bem".   Mas o apelo gerado pela luta contra a ditadura era forte,  e Edu preferiu a parceria de Ruy Guerra, para as composições engajadas "Reza" e "Aleluia", belíssimas canções.
                     O caminho musical eram os festivais, nos quais Edu Lobo brilhou, ganhando em l965 (com Vinicius) através da canção "Arrastão", magnificamente interpretada por Elis Regina, e depois com " Ponteio" em 67.
                     E paralelamente, dedicava-se a compor trilhas para espetáculos teatrais, entre eles o histórico "Arena Conta Zumbi", ao lado de Gianfrancesco Guarnieri.  Mas aí Edu se mandou para uma temporada nos Estados Unidos. E no retorno ao Brasil, seu brilho reapareceu em obras ligadas ao teatro e ao ballet.
                   Na sequência de composições, Edu Lobo superou a marca de 170 canções, quase todas conhecidas e interpretadas por gente famosa, como Milton Nascimento, Jane Duboc, Gal Costa, Simone, Gilberto Gil,  Zizi Possi (foto acima), Sylvia Telles, Blitz,  Maria Bethânia,  MPB4, Nana Caymmi, Lucinha Lins, Rosa Maria, Joyce e dezenas de outros.



     




 


          Os críticos apontam estas como as dez mais importantes canções de Edu Lobo :  "Ponteio" (com Capinam),  "Arrastão" (com Vinicius de Moraes), "Upa, Neguinho" (com Gianfrancesco Guarnieri), "O Circo Místico" (com Chico Buarque), "Choro Bandido" (também com Chico),  "Beatriz" (mais uma com Chico), "Pra Dizer Adeus" (com Torquato Neto),  "Aleluia" (com Ruy Guerra),  "Lero Lero" (com Cacaso) e "Reza" (com Ruy Guerra).





                                                               
                 Na vida particular, vale destacar que Edu casou-se com a cantora e musicista Wanda Sá, com quem teve três filhos: Mariana,  Bernardo (que também é músico) e Isabel. O casamento com Wanda durou 13 anos e terminou 1982.


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