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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sábado, 27 de junho de 2015

A história do filho de lavradores, que virou sargento do Exército e, já com quase trinta anos, se transformou num dos maiores sambistas do Brasil. Mas que não esqueceu suas origens, voltando pra comprar a fazenda onde nasceu

                m  a  r  t  i  n  h  o      d  a        v  i  l  a


                  

                                   Acho que existem poucos cantores famosos tão simples como MARTINHO DA VILA. Todo mundo gosta dele, não é mesmo ? Certamente, a sua origem lhe ensinou a ser humilde como é.  Afinal, Martinho José Ferreira nasceu na Fazenda do Cedro Grande (município de Duas Barras-RJ), filho de um casal de lavradores.  Anos mais tarde, já rico e conhecido, voltou a Duas Barras para ser homenageado pela Prefeitura local, em uma festa. Ficou então sabendo que a fazenda onde havia nascido estava a venda.  Não pensou duas vezes: comprou a propriedade, que hoje é o lugar que Martinho chama de "meu off-Rio".  Assim é o homem Martinho da Vila


                            Martinho tinha apenas quatro anos quando sua família foi para o Rio, onde foi criado na  Serra dos Pretos-Forros, no bairro Água Santa. Quando cesceu, sua primeira profissão foi a de auxiliar de químico industrial, função que aprendeu no SENAI. Mais tarde, serviu o Exército como Sargento Burocrata, e começou a estudar para tornar-se escrevente e contador, mas aí a música falou mais alto e mudou o rumo da sua vida.

                           Para nós, Martinho surgiu no III Festival da Record (1967), quando concorreu com "Menina Moça". Mas o gostinho do sucesso veio no ano seguinte, na quarta edição do mesmo festival. Foi quando ele lançou "Casa de Bamba", que se tornaria um dos clássicos do seu repertório. E o primeiro álbum, lançado em 69, já mostrou o tamanho do seu talento como compositor e músico. Além de "Casa de Bamba", o disco trouxe "O Pequeno Burguês",  "Quem é do Mar não Enjoa", "Pra Que Dinheiro",  "Brasil Mulato",  Amor Pra que Nasceu " e "Tom Maior".  Com tudo isso, o álbum estourou na praça. 




               Rapidamente, Martinho se tornou um dos maiores vendedores do Brasil, e passou a ser o segundo sambista a ultrapassar a marca de um milhão de cópias vendidas, com o CD "Tá Delícia, Tá Gostoso", lançado em 1965.  Mas muito mais significativos foram os prêmios e títulos que Martinho da Vila conquistou: Cidadão Carioca,  Cidadão Benemérito do Estado do Rio de Janeiro,  Comendador da República em grau oficial e a Ordem do Mérito Cultural, pela contribuição à cultura brasileira. Na sua coleção de medalhas estão a Medalha Tiradentes e a famosa Pedro Ernesto.  Ganhou o Prêmio Shell de MPB e teve seu álbum "Enredo" indicado ao Grammy Latino de Melhor Álbum de samba/Pagode.




            





Apaixonado pela Escola de Samba Unidos da Vila Isabel, Martinho assinou diversos sambas-enredo da escola, entre os quais "Kizomba: A Festa da Raça". E no ano em que completava 75 anos (2013), seu filho Tonico da Vila levou Vila Isabel ao título com o enredo "A Vila Canta o Brasil, Celeiro do Mundo, Agua no Feijão, que Chegou Mais Um."






         Embora reconhecido como sambista, Martinho também criou músicas em vários ritmos brasileiros, como ciranda, frevo, samba de roda, capoeira, bossa nova, calango, samba-enredo, toada e sambas africanos.






          Martinho da Vila, 77 anos, tem oito filhos, incluindo a cantora Mart'nália, e sete netos, mas só se casou pela primeira vez em 1993, aos 55 anos. Sua esposa é Clediomar Corrêa Liscano, 33 anos mais jovem do que ele, e mãe de seus dois filhos mais novos.



        






  Durante nove anos Martinho teve um botequim no Shopping Iguatemi-Rio, chamado Butiquim do Martinho, onde se ouvia música brasileira, acompanhada de chope e petiscos.
           Martinho é vascaíno doente, já compôs duas músicas em homenagem  ao clube. E é filiado ao PCdoB, Partido Comunista do Brasil.

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