Leio na página do Oswaldo Militão, na Folha de Londrina de hoje, uma notícia sobre os preparativos que estão sendo feitos na cidade de Tomazina, no Norte Pioneiro do Paraná, para realizar mais um animado carnaval de rua. Tomazina é uma pequena cidade com menos de 10 mil habitantes. Foi lá que nasceu o empresário Avelino Vieira. E foi lá também que nasceu o Banco Bamerindus, fundado pelo próprio Avelino, e que hoje é o HSBC.
A criatividade do pessoal de Tomazina é admirável. Eles organizam todos os anos, no mês de novembro, o já famoso "Festival de Canoagem", no Rio das Cinzas, que corta a cidade. Vem gente do Brasil inteiro para este evento.
E no Carnaval a população de Tomazina triplica, por causa da animada festa que eles fazem pelas ruas, com blocos, baterias, fantasias, gente adulta, jovens e a garotada. É animação total.
É ai que eu começo a imaginar a tristeza que vai tomar conta de Londrina no Carnaval que está chegando. Os ricos ficam em casa, contando dinheiro. A classe média vai para a praia. Os pobres ficam em casa vendo televisão. E nossas ruas ficam tristes e vazias. Somos mesmo um povo sem tradição de festas populares.
Quando cheguei em Londrina, em 1964, ainda havia alguma folia carnavalesca na Avenida Paraná, que hoje virou este calçadão de constantes noites desertas. Naquele tempo, havia um corso, com muitos automóveis. Acho que muitos jovens londrinenses nem sabe o que é um corso (cortejo de automóveis). E Londrina tinha ótimos bailes de Carnaval. Mas não sobrou nada, acabaram com tudo.
Até o desfile das escolas de samba, que sempre foi pobre em Londrina, a cada ano cai mais. Levaram lá para o Autódromo, longe do centro. Acho que é para o povo não ir mesmo. Tenho procurado diariamente notícias sobre as escolas nos jornais da cidade. Não vejo nada.
É minha gente, quem gosta mesmo de Carnaval, como eu, vai ter que mudar pra Tomazina.
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