Após quatro dias seguidos sem medalha, chego a triste conclusão: somos um bando de "pipoqueiros". Todo o dia surge uma possibilidade de medalha e a imprensa nacional faz um baita estardalhaço. Mas chega na hora, os 'caras' pipocam mesmo. E alguns deles - dá pra sentir - perdem por puro cagaço, medo de ganhar.
Não quero aqui exigir que o Brasil traga 15 ou 20 medalhas de ouro pra casa. Mas nossos chamados "atletas de ponta", que passam o ano inteiro faturando em publicidade de televisão e ganhando bolsas do governo, têm obrigação sim de nos trazer melhores resultados.
E aí pergunto eu: cadê o judoca Leandro Guilheiro, que era o número 1 do mundo ? E o Thiago Camilo, que já estava perdendo a luta e (por puro medo) ainda foi punido por falta de combatitivade ? E os irmãos Diego e Daniele Hypólito, "os reis" da ginástica nacional ? Cadê os nadadores Kaio Almeida, Tales Cerdeira, Henrique Barbosa, Fabíola Molina e Joanna Maranhão ? E cadê o Cielo, que não integrou nossa equipe de revezamento porque tinha que se poupar, mas hoje não passou de sexto colocado nos 100 metros livres ? Será que vai pipocar nos 50 metros também ? Só nos falta isto. E cadê essa mulherada do basquete, que não ganha de ninguém ?
Eu poderia ficar o dia inteiro perguntando onde estão nossos ídolos, que passam o ano contando vantagem, mas que na hora de mostrar serviço se mijam de medo. São esses caras que vão representar o País em 2016 ? Vamos passar esta vergonha em casa ?
Só temos três medalhas. Elas foram ganhas por atletas que jamais haviam subido ao podium em Jogos Olímpicos. Como aquela coitadinha da Sarah Meneses, que veio lá do Piauí e se mostrou muito mais valente do que os tradicionais machões do nosso judô. Me chamou a atenção uma frase dela, quando lhe perguntaram como seria se ela tivesse que enfrentar uma coreana que chegou a Londres como favorita. Sarah respondeu com sinceridade: "Eu ia meter porrada nela". É com esse espírito que se ganha numa Olimpíada.
Teremos ainda muitos dias de disputa. Virão aí os resultados do atletismo, da vela, do futebol, do vôlei (especialmente o de praia), do boxe. Certamente vamos ganhar mais algumas medalhas. Mas acho que os atletas brasileiros estão precisando de mais cobrança. Ou "o grande mico" virá em 2016, dentro da nossa casa. Bem na nossa cara !
Quem sou eu
- Flavio Campos
- Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.
Em todas as olimpiadas é a mesma historia.
ResponderExcluirPrimeiramente temos que acabar com o COB, ou modifica-lo totalmente, começando com a saida do Sr. Nuzman, que só entende de volei.
Depois deve ir a escola, investir nas crianças, porque de muitas crianças você vai conseguir um verdadeiro campeão, que não precisará desses auxilios do governo, porque terá patrocinio, como tem o Neymar, Ganso no futebol.
Demora mais acredito que aí seremos uma potencia olimpica.
No restante, acho que o Sr. tem razão, o brasileiro é folgado também, quando estava no Rio, tive oportunidade de ver os treinos de volei de praia e parecia mais uma turma de turista do que atletas, tinha até a geladinha.