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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Não deixem de ver Neymar jogar

                Este é um conselho que eu dou a todos os que gostam de futebol e, especialmente, aos jovens. Tenho um orgulho muito grande de ter visto Pelé jogar. Felizmente, eu morava em São Paulo, no início da década de 60. E Pelé jogava no Pacaembu no minimo três ou quatro vezes por mês. Eu era jovem (21/22 anos) e morava numa pensão, na rua Traipú, que é uma paralela da Avenida Pacaembu. Ia a pé para o estádio, na certeza de que ia assistir a mais um show.
                Vi Pelé fazer coisas maravilhosas. Uma delas ficou gravada para sempre na minha memória. Lembro de tudo o que aconteceu naquele domingo. O dia de pagamento estava próximo, e eu estava sem dinheiro para ir ao futebol. Justamente naquele dia, em que o Santos enfrentaria o meu Grêmio Portoalegrense, pela Taça Brasil. Foi então que o velho e bondoso dono da pensão, vendo a minha tristesa, me ofereceu o empréstimo do dinheiro para comprar o ingresso. É claro que aceitei. E lá fui eu correndo para o Pacaembu.
                                              Pelé goleiro. Eu vi de perto, no Pacaembú
                O Grêmio começou ganhando e chegou a fazer 3 a 1. Mas o Peixe (naquele tempo ninguém chamava o Santos de Peixe) reagiu e lá para os 20 minutos do segundo tempos  já estava com 4 a 3. Foi então que aconteceu o inesperado. Gilmar foi expulso e Pelé foi jogar no gol. Não praticou grandes defesas, mas fez algumas "gracinhas", se jogando ao chão com a bola encaixada. A torcida enloqueceu. E os fotógrafos invadiam o campo toda a vez que Pelé pegava uma bola. Ele não levou nenhum gol e a partida terminou com 4 a 3. O meu Grêmio perdeu, mas eu nem fiquei triste. Tinha a noção exata de que estava vivendo um momento histórico.
                Hoje, 50 anos depois, vestindo a mesma camisa alvinegra, temos um outro astro raro. Essa coisa é mais ou menos como certos cometas, que só passam a cada 50 ou 100 anos. É porisso que você não pode deixar de ver o Neymar, que é o nosso novo Pelé, e que talvez venha um dia a jogar tudo o Negrão jogava.
                 Sempre digo com orgulho: "Eu vi o Pelé jogar".
                 E quero  que os desportistas de hoje possam sentir o mesmo orgulho, daqui a quarenta ou cincoenta anos, dizendo aos filhos, netos ou amigos mais novos: "Eu vi o Neymar jogar."

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