medo Furacão Irma
Depois de causar a morte de ao menos 23 pessoas em ilhas do Caribe, o furacão Irma chegou à costa norte de Cuba e avança a caminho da Flórida, nos Estados Unidos. No Estado americano, a borda externa do furacão já causa fortes chuvas e ventania.
O fenômeno é o mais potente registrado no Atlântico na última década: neste sábado, ele continua percorrendo a ilha cubana, de onde mais de um milhão de pessoas foram evacuadas. Segundo o Centro de Furacões dos EUA, o Irma perdeu força e foi rebaixado para a categoria 4, um ponto menor que a escala anterior.
Apesar do pequeno enfraquecimento, ele segue causando chuvas torrenciais e enchentes em áreas costeiras. Em entrevista à rádio Cadena Agramonte, a governadora da província cubana de Camagüey, Isabel González Cárdenas, afirmou que a tempestade já causou estragos em quase todas as cidades da região.
Algumas comunidades ficaram sem eletricidade e o contato com aldeias em áreas remotas está se tornando cada vez mais complicado, explica o Will Grant, correspondente da BBC em Havana.
Já na quinta-feira, o governo cubano começou a evacuar a população que vive em áreas de alto risco, principalmente nas províncias do centro e do leste da ilha, áreas próximas à rota do furacão.
Segundo a agência de notícias AFP, a operação afetou cerca de um milhão de pessoas. Entre elas, havia ao menos 51 mil turistas, incluindo 36 mil que estavam hospedados nas minúsculas ilhas de Cayos do Norte.
Escolas e empresas fecharam as portas. Segundo a agência Reuters, voos domésticos foram cancelados e os aeroportos também pararam de operar voos internacionais.
O Irma também já tem causado fuga em massa da Flórida, nos Estados Unidos, onde o furacão deve chegar na manhã deste domingo. As autoridades da região ordenaram a evacuação de quase seis milhões de pessoas cujas casas estavam em situação de risco.
Segundo Brock Long, diretor da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema, na sigla em inglês), o furacão Irma "vai devastar os Estados Unidos, tanto a Flórida, quanto outros Estados próximos".
Autoridades têm insistido em que a população não ignore as ordens de evacuação - a Flórida já começou a sentir os efeitos neste sábado, como chuva forte e ventos.
"O tamanho do furacão é enorme", disse Rick Scott, governador da Flórida, na quinta-feira. "Ele é maior que o nosso Estado e pode ter um impacto mortal em ambas as costas. Estamos ficando sem tempo. Se alguém está em uma zona de evacuação, precisa partir agora". Ele completou dando um recado à população: "Lembre-se que uma casa é possível reconstruir, uma vida não".
Já o prefeito do condado de Miami, Carlos Gimenez, afirmou que a evacuação "não tem precedentes", e que mais de 650 mil pessoas abandonaram a cidade nas últimas horas.
Havia longas filas para comprar garrafas de água e abastecer carros em postos de combustível e em mercados.
O aeroporto internacional de Orlando anunciou que vai suspender os voos comerciais neste sábado, a partir das 18 horas de Brasília - 17h no horário local. Muitos turistas já sofreram com cancelamento de voos e tiveram que permanecer na região.
De acordo com as autoridades, a rota do Irma deve passar pelas propriedades do presidente dos EUA Donald Trump na Flórida.
Segundo relatório da empresa de seguros Swiss Re, o condado de Miami cresceu tanto nos últimos 25 anos que, se o Irma fosse do mesmo tamanho que o furacão Andrew em 1992 - o que deixou 26 mortos e 250 mil sem-teto apenas na Flórida - as perdas econômicas com os danos atingiriam um valor de até R$ 185milhões. O furacão Andrew causou prejuízo de R$ 80 milhões, em valores atualizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário