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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

domingo, 6 de março de 2016

CANÇÕES QUE FICAM PRA SEMPRE


                                    " C  O  R  S  Á  R  I  O "

          de:  ALDIR BLANC / JOÃO BOSCO

                                                com: E l i s    R e g i n a


                        

 
              O jornalista, escritor, poeta e compositor Nelson Capucho(foto), meu particular amigo/irmão,  já passou por esta série "Canções que ficam pra sempre" com a música "Travessia". Na ocasião, Nelson me confessou quais são as suas cinco canções preferidas. E hoje vai mais uma da sua preciosa lista: "CORSÁRIO", da talentosa dupla JOÃO BOSCO  e ALDIR BLANC. Um show de inspiração. Confira no vídeo, na interpretação da inesquecível ELIS REGINA.



                A poesia presentifica o óbvio: ilumina as coisas simples da vida, dá-lhes sentidos e faz conexões insuspeitadas ao indivíduo imerso no mar do cotidiano. O poeta, eis um dos motivos porque ele deveria ser expulso da república, capta o desejo de sua gente e, com os elementos mais ordinários, intervem na ordem dada como certa, expondo-a sem máscaras.
                Em "Corsário", de João Bosco e Aldir Blanc, o sujeito canta aquilo que está encoberto por certa frieza: seu coração tropical. Ele ferve, apesar do cofre gelado; nele a voz (do cantor) encontra o motor exato para seguir: "navegar é preciso" e estar no mar é condição humana demasiada humana.
A neve não resiste ao coração tropical: ao sangue (quente) do poeta, e que lhe faz escrever "mar" como saída e destino. O mar - tempo/espaço líquido das paixões - aparece como o reduto propício ao sujeito sozinho e disposto ao abandono-de-si; mas desejoso, em um cais imaginado, do reencontro consigo: a individuação, a distinção entre a polifonia marítima.
                  O corsário é o sujeito armado de solidão e calor. Ele parte com seu canto (suas palavras - mar - e sua melodia) o gelo (a automatização) cotidiano: confortável e cômoda e, por isso, sedutora e prisioneira. É preciso ir indo. Pirata, o sujeito rouba da vida a própria vida motivadora de mobilidade. Ele canta o mar (com seu horizonte infinito) para se lançar ao mar arrebentando as amarras que lhe prendem os sentidos e lhe congela o juízo.


      LINDO ESSE TEXTO ACIMA, QUE EXTRAÍ DO      SITE "365 CANÇÕES", NÃO É MESMO ?
 

Incluída no disco Essa é a sua vida, de João Bosco, "Corsário" foi lançada em 1981
 
 
 
 
                      Elis Regina Carvalho Costa nasceu em Porto Alegre, no dia 17 de março de 1945, e morreu em São Paulo, em 19 de janeiro de 1982).  Ela foi uma cantora brasileira conhecida por sua presença de palco, que inovou os espetáculos musicais no País. Ela era capaz de demonstrar emoções tão contrárias, como a melancolia e a felicidade, numa mesma apresentação ou numa mesma música.
Como muitos outros artistas do Brasil, Elis surgiu dos festivais de música na década de 60 e mostrava interesse em desenvolver seu talento através de apresentações dramáticas. Seu estilo era altamente influenciado pelos cantores do rádio, especialmente Ângela Maria, e a fez ser a grande revelação do festival da TV Excelsior em 1965, quando cantou "Arrastão" de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. Tal feito lhe conferiu o título de primeira estrela da canção popular brasileira na era da TV. E lhe levou ao indiscutível status  de uma das maiores cantoras de todos os tempos no Brasil.
 


Corsário(Aldir Blanc, João Bosco)

Meu coração tropical
está coberto de neve, mas,
ferve em seu cofre gelado
e a voz vibra e a mão escreve: mar
Bendita a lâmina grave
que fere a parede e trás
as febres loucas e breves
que mancham o silêncio e o cais

Roseirais
Nova Granada de Espanha
Por você, eu, teu corsário preso
vou partir a geleira azul da solidão
e buscar a mão do mar,
me arrastar até o mar,
procurar o mar

Mesmo que eu mande em garrafas
mensagens por todo o mar,
meu coração tropical
partirá esse gelo e irá
com as garrafas de náufrago
e as rosas partindo o ar
Nova Granada de Espanha
e as rosas partindo o ar
 

 
A VIDA MÁGICA DE JOÃO BOSCO 
 
» 13 de julho de 1946 nasce João Bosco de Freitas Mucci, na cidade de Ponte Nova - MG. É o sexto filho do casal D. Lilá e Sr. Daniel.
» Aos 4 anos de idade começa a sua vida artística cantando músicas nas missas de sua paróquia.
» Aos 12 anos ganha um violão verde e forma seu primeiro conjunto de rock: o “X_GARE”.
» Em 1962, muda-se para Ouro Preto, onde faz o científico e ingressa na escola técnica de mineralogia.
» Em 1967, ingressa no curso de engenharia na UFOP, forma-se como engenheiro civil em 1972.
» Em 1967, conhece o poeta Vinicius de Morais e foi honrado com sua parceria em algumas canções.
 
 
 
» Em 1970, conhece o poeta Aldir Blanc e tornam-se parceiros em mais de uma centena de músicas.
»Em 1972, grava o disco de bolso, projeto do jornal "O Pasquim", sob a supervisão de Ziraldo e do compositor Sérgio Ricardo. De um lado, um "tal" de joão Bosco, um jovem compositor, e do outro lado, o grande maestro Tom Jobim.
» Em 1972, conhece a cantora Elis Regina que grava "Bala com Bala", parceria da dupla Bosco / Blanc.
» Em 1973, muda-se para o Rio de Janeiro e grava seu primeiro LP pela RCA Victor. Sua vida artística deslancha.
 
 
» Em 1974, intensifica a parceria com Aldir Blanc no Rio de Janeiro, e Elis Regina grava no disco "Elis" três novas músicas da dupla: "O Mestre Sala dos Mares", "Dois pra Lá e Dois pra Cá" e "Caça à Raposa", que daria título ao segundo disco do João Bosco. O samba enredo "O Mestre Sala dos Mares", em parceria com Aldir Blanc, foi feito em homenagem ao marinheiro João Cândido, líder da Revolta da Chibata em 1910, mais conhecido como "Almirante Negro" mas devido à censura da época, aparece na letra da música como "navegante negro". Demais outros cortes foram feitos na canção.
 
 
» Em 1975, grava o segundo disco: "Caça à Raposa", pela RCA Victor, com letras de ALdir Blanc, incluindo sucessos como "Dois pra Lá e Dois pra Cá", "De frente pro Crime", "kid Cavaquinho", "O Mestre Sala dos Mares"; o sucesso chega para a dupla, de forma definitiva. Ainda nesse ano, junto com outros artistas, são expulsos da SICAM (Sociedade Independente de Compositores e Autores Musicais) na luta pelos direitos autorais.
» Em 1976, lança o disco "Galos de Briga", pela RCA Victor com letras de Aldir Blanc, entre outros sucessos "O Ronco da Cuíca", "Transversal do Tempo" que deu título ao disco - Show de Elis Regina. No disco participações de Angela Maria em "Miss Suéter", Toots Thielmans em "Transversal do Tempo", Hildo Hora, o produtor dos discos de João Bosco na RCA Victor. Inaugura um dos mais bem sucedidos projetos de divulgação musical idealizado por Albino Pinheiro o "Seis e Meia", no teatro João Caetano do Rio de Janeiro. No final de 1976, João Bosco e Aldir Blanc recusam o prêmio "Golfinho de Ouro", em favor do compositor Cartola.
Recebem o troféu de "Compositores do Ano", prêmio concedido pela Associação Brasileira dos Produtores de Disco.
» Em 1977, grava "Tiro de Misericórdia" pela RCA Victor, com destaque para a faixa título "Falso Brilhante" que também daria nome a outro disco - Show de Elis Regina.
 
 
» Em 1978, faz turnê pelo país, para lançamento do disco "Tiro de Misericórdia".
» Em 1979, lança mais um disco pela RCA Victor "Linha de Passe", em parceria com Aldir Blanc e o saudoso poeta e compositor Paulo Emílio. Destaca-se "O Bêbado e a Equilibrista" clássico da MPB, conhecida como hino da anistia política, gravado por Elis Regina e escolhida entre as 14 canções brasileiras do século, cujo resultado foi anunciado pela ABL.
» Em 1980, João Bosco grava "Bandalhismo", pela gravadora RCA Victor.
 

ALDIR BLANC, UM DOS MELHORES LETRISTAS DO BRASIL
 
 
Aldir Blanc Mendes (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1946) é um compositor e escritor brasileiro.
Notabilizou-se como letrista a partir de suas parcerias com João Bosco, criando músicas como Bala com Bala (sucesso na voz de Elis Regina), O Mestre-Sala dos Mares, De Frente Pro Crime e Caça à Raposa.
 
 
Uma de suas canções mais conhecidas, em parceria com João Bosco, é O Bêbado e a Equilibrista, que se tornou um hino contra a ditadura militar, também tendo sido gravada por Elis Regina. Em um de seus versos, "sonha com a volta do irmão do Henfil", faz-se referência ao cartunista Henrique de Sousa Filho, o qual na época tinha um irmão, o sociólogo Betinho, em exílio político no exterior.
Em 1968, compôs com Sílvio da Silva Júnior "A noite, a maré e o amor", música classificada no "III Festival Internacional da Canção" (TV Globo).
No ano seguinte, classificou mais três músicas no "II Festival Universitário da Música Popular Brasileira": "De esquina em esquina" (c/ César Costa Filho), interpretada por Clara Nunes; "Nada sei de eterno" (c/ Sílvio da Silva Júnior), defendida por Taiguara; e "Mirante" (c/ César Costa Filho), interpretada por Maria Creuza.
 
 
 
Em 1970, no "V Festival Internacional da Canção" classificou-se com a composição "Diva" (com César Costa Filho). Neste mesmo ano, despontou seu primeiro grande sucesso, "Amigo é pra essas coisas" em parceria com Sílvio da Silva Júnior, interpretado pelo grupo MPB-4, com o qual participou do "III Festival Universitário de Música Popular Brasileira".
Sua canção "Nação" (c/ João Bosco e Paulo Emílio), gravada em 1982 no disco de mesmo nome. foi grande sucesso na voz de Clara Nunes.
Em 1996 foi gravado o disco comemorativo Aldir Blanc - 50 Anos, com a participação de Betinho ao lado do MPB-4 em O Bêbado e a Equilibrista no disco comemorativo. Esse disco apresenta diversas outras participações especiais, como Edu Lobo, Paulinho da Viola, Danilo Caymmi e Nana Caymmi. O álbum demonstra, também, a variedade de parceiros nas composições de Aldir, ao unir suas letras às melodias de  Moacyr Luz, Cristóvão Bastos, Ivan Lins e outros.
Outro parceiro notável é o compositor Guinga, com quem fez, dentre muitas outras, "Catavento e Girassol", "Nítido e Obscuro" e "Baião de Lacan".
 
 
Também em 1996, Leila Pinheiro lançou o disco Catavento e Girassol, exclusivamente com canções da parceria de Aldir Blanc com Guinga. No disco há uma homenagem a Hermeto Pascoal, com a música Chá de Panela, que diz que "foi Hermeto Pascoal que, magistral, me deu o dom de entender que, do riso ao avião, em tudo há som".
Em 2000, participou como convidado especial do disco do compositor Casquinha da Portela, interpretando a faixa "Tantos recados" (Casquinha e Candeia).
Publicou, em 2006 o livro "Rua dos Artistas e transversais" (Editora Agir), que reúne seus livros de crônicas "Rua dos Artistas e arredores" (1978) e "Porta de tinturaria" (1981), e ainda traz no seu "repertório" outras 14 crônicas escritas para a revista "Bundas" e para o "Jornal do Brasil".

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