NO RIO, VAI SER DIFÍCIL
GANHAR DA BEIJA-FLOR
Na primeira noite de desfiles no Rio, ficou mais uma vez a impressão de que para ganhar o Carnaval tem que bater a Beija-Flor de Nilópolis. A velha máxima, difundida desde que a Azul e Branca se transformou em uma máquina de vencer, novamente se faz real. O desfile da agremiação nesta noite de domingo no Sambódromo foi o mais completo da escola na década, com traços de desfiles antigos e a velha forma avassaladora de desfilar, que fazem da Beija-Flor o rolo compressor da avenida.
Impossível citar apenas um quesito como destaque em um desfile que entra para a história. Uma comissão de frente com a assinatura do trabalho de Marcelo Misailidis, com complexidade de coreografia e riqueza de detalhes. Conjunto de alegorias e fantasias que dificilmente será igualado neste 2016 e uma atuação que explica porque Neguinho da Beija-Flor é o maior intérprete do Carnaval Era Pós-Jamelão.
Primeira escola a desfilar, a Estácio de Sá levou para a Avenida a história de São Jorge. Ajudada pela força do tema, a agremiação, que estava fora do Grupo Especial há nove anos, abriu a maratona da elite do Carnaval em grande estilo.
Na abertura, o ator Jorge Fernando, após cinco anos afastado dos desfiles, veio como o homenageado em uma versão bem humorada, sobre uma bicicleta. Esbanjando alegria, ele foi bastante aplaudido pelo público.
Segunda escola a desfilar, a União da Ilha levou para a Avenida um enredo em homengaem à Olimpíada do Rio. Com alegorias criativas e bastante coloridas, a agremiação esbarrou na fragilidade do tema ao misturar mitologia grega com elementos da cultura carioca e deixou um pouco a desejar.
O principal destaque foi a comissão de frente, coreografado por Patrick Carvalho, que trouxe oito cadeirantes entre os integrantes, que faziam malabarismos e acrobacias com as cadeiras de rodas, representando o espírito de inclusão dos Jogos Olímpicos. A comissão arrebatou o público ao usar um tripé, que lembrava a Grécia, de onde subia a pira olímpica, com um efeito de fumaça sensacional.
Quinta escola a entrar na avenida no primeiro dia de desfiles do grupo especial do Rio de Janeiro, a Mocidade Independente de Padre Miguel se inspirou nos 400 anos de Miguel de Cervantes para apresentar uma fictícia viagem de Dom Quixote de La Mancha ao Brasil.

A Mocidade apostou em carros alegóricos mais altos e largos. Mas vários tiveram problemas na dispersão, prejudicando a evolução. Agremiação levou para à avenida Dom Quixote
Pelos olhos de Cervantes, partes da história brasileira como a Ditadura Militar até os problemas na saúde e educação atuais foram reimaginados e carnavalizados.
A Acadêmicos do Grande Rio foi a quarta escola a desfilar na noite do domingo de Carnaval. O desfile teve uma ótima abertura por conta da comissão de frente e do casal de mestre-sala e porta-bandeira da escola. Mas o nível não foi mantido no restante da passagem. Com falhas em harmonia, enredo e evolução, a escola comprometeu o restante de sua noite. Trazendo o enredo "Fui no Itororó, beber água, não achei. Mas achei a bela Santos, e por ela me apaixonei", a tricolor de Caxias fez sua passagem pela Sapucaí em 81 minutos
A Unidos da Tijuca entrou na Sapucaí na madrugada desta segunda-feira, para encerrar o primeiro dia de desfiles no Rio de Janeiro e fazer uma homenagem a natureza. Com o tema "Semeando Sorriso, a Tijuca festeja o solo sagrado", a escola levou à passarela do samba um enredo focado na cidade de Sorriso, no Mato Grosso, que é considerada a capital da soja e do agronegócio no Brasil.
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