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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

   Não dava mesmo pra deixar esse 'cara' ausente desta série, que destaca os grandes nomes da música nacional e internacional, e que vai se encerrar nesta sexta-feira. Desta vez, não é um baiano. Mas um pernambucano iluminado

                           D  O  M  I  N  G  U  I  N  H  O  S


                         

                                            Um dia destes, um amigo me perguntou se o saudoso DOMINGUINHOS é o mesmo que o Brasil inteiro conheceu na dupla "Dominguinhos e Anastácia", que juntos fizeram mais de 200 músicas (inclusive "Eu só quero um xodó") e mais um "monte de coisas boas" durante 11 anos.   É ele mesmo, o José Domingos de Morais, que nasceu em Garanhus, uma cidade que hoje tem aproximadamente 120 mil habitantes, e que fica localizada no Agreste Pernambucano, a 230 km da capital Recife.
                                            E o mais triste foi ouvir Anastácia revelar, logo após a morte dele, em 2013, que estava arrependida de ter destruído 150 fitas cassete, com músicas inéditas de Dominguinhos gravadas. Ela queimou as fitas quando foi abandonada por ele.

 
 Sob a variada influência de baião, choro, forró, xote, bossa nova e jazz, Dominguinhos ainda teve como mestres na sanfona nomes como Luiz Gonzaga e Orlando Silveira.
Mas ele nasceu pobre, era um dos 16 filhos de "mestre Chicão", conhecido afinador de sanfonas. Sua mãe era "dona Mariinha". Os dois eram alagoanos.

Com apenas seis anos, junto com os irmãos Moraes e Valdomiro, nosso astro já tocava nas portas de hotéis e nas feiras livres.  Eram "Os Três Pinguins". Ainda criança, Dominguinhos já era conhecido como "Neném do acordeon".

E foi tocando na porta de um hotel chamado "Tavares Correia", em que estava hospedado Luiz Gonzaga,  que aconteceu o "grande milagre".  O trio tocou para o Gonzagão, já dentro do hotel. Impressionado com a desenvoltura do menino Dominguinhos, o Rei do Baião convidou-o para vir para o Rio de Janeiro, onde morava. Mas este reencontro só ocorreria anos depois. 




                    Em 1954, ainda como Neném do Acordeon, Dominguinhos foi finalmente ao Rio, procurar Luiz Gonzaga, que lhe deu uma sanfona de 80 baixos logo no primeiro encontro. Passou então a frequentar a
casa de Gonzaga, e a acompanhar o famoso protetor em shows, ensaios e gravações.
Começou então a se apresentar em casas noturnas, aprendendo outros estilos de música.
E em 1957, recebeu o nome artístico de Dominguinhos, que lhe foi dado pelo próprio Luiz Gonzaga. E veio então a sua participação em gravação profissional, sempre ao lado do padrinho.
 

Dominguinhos integrou o grupo de forró "Trio Nordestino", ao lado dos conhecidos Miudinho e Zé Borborema. E nesta época casou-se com Janete, sua primeira mulher, que lhe deus os filhos Mauro e Madeleine.
Mas acabou voltando ao grupo de Luiz Gonzaga, dividindo funções de sanfoneiro e motorista. E foi numa das viagens pelo Nordeste que conheceu a pernambucana Anastácia, cantora de forró. Compôs com ela mais de duas centenas de canções e ficou ao seu lado por onze anos (fotos abaixo).


 
Trabalhando com Luiz Gonzaga, o nosso Dominguinhos ganhou fama de bom músico e arranjador, o que o aproximou de artistas consagrados na Bossa Nova e na MPB. Assim,  fez ótimos trabalhos com Nara Leão, Gilberto Gil, Maria Bethânia, Elba Ramalho, Chico Buarque, Toquinho e outros.
 
 
Como conquistador, Dominguinhos também voltou a ser notícia da década de 70, quando conheceu a cantora Guadalupe Mendonça. Se casou com ela em 1980. Deste casamento nasceria uma filha, a também cantora Liv Moraes.
 
 
Entre os muitos sucessos de Dominguinhos vale destacar: Eu só quero um xodó,  Isso aqui tá bom demais,  Lamento Sertanejo,  Qui nem jiló,  Tenho sede,   Quem me levará sou eu,  Domingando,  Asa Branca,  Abri a Porta,  Sabiá,  Vem Morena,  Cintura Fina  e  Nem se despediu de  mim, entre dezenas de outros.
 
Dominguinhos morreu em decorrência de um tratamento contra um câncer de pulmão que já durava seis anos. Os problemas foram se multiplicando até que, às 18 horas do dia 23 de julho de 2013, o grande artista nordestino faleceu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
 
 
 
 
 
 

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