Blog do Flavio Campos

          Pra muito gente, ficou com a impressão de que ele foi um cantor de uma música só. Mas ouvindo suas canções, a gente vê que aquele acidente ocorrido na divisa São Paulo/Paraná, matou um artista que poderia ter ido muito adiante. Sua voz era realmente linda

                                                        J   E   S   S   É

                            

                                Mesmo que Jessé não tivesse cantado outra canção ele já estaria consagrado. Como mostra o vídeo acima, sua performance em "PORTO SOLIDÃO" foi mesmo extraordinária. A canção de Zeca Bahia e Ginko já era linda, mas foi muito valorizada pela voz de Jessé, que ganhou naquela noite histórica o prêmio de melhor intérprete do Festival MPB Shell de 1980, da Rede Globo.

        

 

Jessé Florentino Santos nasceu em Niterói, no dia 25 de abril de 1952, mas foi criado em Brasília. Já adulto, ele mudou-se para São Paulo e atuou como crooner em boates e clubes noturnos. Logo em seguida integrou os grupos "Corrente de Força"  e "Placa Luminosa". E ainda nos anos 70 chegou a gravar em inglês,  com o pseudônimo de Tony Stevens.

Mas para o grande público, Jessé foi revelado naquele festival da Shell

 

Em 1983, Jessé ganhou também o XII Festival da Canção da OTI (TV Íbero-Americana), realizado em Washington, nos Estados Unidos. Ele levou os prêmios de "melhor intérprete", "melhor canção" e "melhor arranjo", cantando "Estrelas de Papel", composição sua, em parceria com Elifas Andreato.

Na sua carreira, Jessé gravou 12 discos, destacando-se os álbuns duplos "O Sorriso ao Pé da Escada" e  "Sobre Todas as Coisas".

 

Entre as músicas conhecidas que ele cantava, destaco Menino Passarinho, Voa Liberdade, Romaria, Paz do meu amor, A noite do meu bem, Tudo o que se quer e Bandeira Branca.

 

 

Mas quis o destino que a carreira de Jessé fosse muito mais curta do que todos esperavam. Viajando com a esposa Rosane, em seu Escort conversível, seguia  para realizar mais um show, que desta vez seria na cidade paranaense de Terra Rica. Próximo a divisa São Paulo/ Paraná, Jessé perdeu o volante do  carro, que bateu violentamente e capotou.

Rosane, grávida de cinco meses, perdeu seu nenê e teve gravíssimas fraturas por todo o corpo.  Jessé sofreu traumatismo craniano e, no dia 29 de março de 1993, teve morte cerebral declarada.  Seus familiares trataram então de atender um antigo desejo do cantor e doaram todos os seus órgãos. Numa ambulância móvel, Jessé foi levado para o Incor, em São Paulo, onde sua morte foi infelizmente confirmada, encerrando uma carreira que tinha tudo para ser duradoura e cada vez mais brilhante. Ele tinha só 41 anos.