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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 21 de julho de 2015

                 Estou festejando hoje, com muita alegria, a ducentésima postagem desta série iniciada no dia 28 de dezembro do ano passado, mostrando aqui os compositores, os intérpretes e as canções que escrevem a história da música do Brasil e do Mundo. Nestas 200 postagens feitas em 209 dias, mostramos aqui artistas dos mais variados gêneros. Pra todos os gostos, acredito.  Na comemoração desta marca alcançada, nada melhor do que um grande astro musical do Brasil !

                E  R  A  S  M  O        C  A  R  L  O  S 

                       




                                ERASMO CARLOS é mesmo um guerreiro. Sua batalha certamente começou antes do seu nascimento. Primeira adversidade: sua mãe baiana saiu de Salvador grávida de um homem que não quis assumir a paternidade. Veio para o Rio e, na zona norte carioca, no bairro da Tijuca, deu a luz a Erasmo Esteves, que depois se tornaria Erasmo Carlos, grande cantor e compositor, pra mim um dos melhores do País.


                      Estou ilustrando esta postagem com o vídeo que nos traz a canção "SENTADO A BEIRA DO CAMINHO" lançada no formato compacto simples na voz de Erasmo, em 1969. Acho que ela talvez seja a música mais bonita que Erasmo escreveu em parceria com Roberto Carlos. 
                      É uma canção romântica, descrevendo o desespero e a desesperança de um apaixonado que se encontra a beira da estrada, aguardando por sua amada. Da gravação original participaram Lafayette no órgão e Aristeu Alves dos Reis na guitarra base.
                      A novela da Globo "Beto Rockfeller" chegou a executar a canção inteira num capítulo, enquanto o personagem principal caminhava pelas ruas de São Paulo.
                     "EU NÃO POSSO MAIS FICAR AQUI  /  A ESPERAR  /  QUE UM DIA DE REPENTE  /  VOCÊ VOLTE PARA MIM......"


                       Erasmo Carlos, que tem hoje 74 anos, cresceu na Tijuca cercado por elementos que tornariam sua identidade musical singular. Já adolescente, fez destacar sua personalidade no meio de um bando de fãs de rock n'roll e bossa nova, que se reunia no hoje famoso Bar Divino, na Rua do Matoso.   Tim Maia e Jorge Ben, loucos por música, faziam parte desta turma.
                       E logo em seguida, Erasmo conheceu o capixaba aspirante a cantor Roberto Carlos. Foi num concerto do astro americano Bill Haley, no ginásio do Maracanãzinho, que Erasmo e Roberto se conheceram.  Aquela visão do herói do rock americano em solo brasileiro abriu a mente de Erasmo. De volta ao bairro da Tijuca, ele formou os Snakes, com os dissidentes de outro grupo musical, os Sputniks, que encerraram atividades após briga lendária entre dois dos seus integrantes, Roberto Carlos e Tim Maia.  E foi nesta época que Tim ensinou Erasmo a tocar violão. Mas os Snakes não fizeram o sucesso esperado.

 
                  Foi trabalhando como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial que Erasmo Carlos acabou conseguindo se tornar crooner do grupo Renato & Seus Blue Caps, que gravaram o seu primeiro LP. E logo em seguida,  acompanharam Roberto Carlos na gravação de "Splish Splash", numa versão para o português, feita por Erasmo






  






           



























               Por sugestão de Carlos Imperial, Erasmo passou a adotar o nome artístico de "Erasmo Carlos", e começou a ser muito requisitado para escrever versões para vários artistas. Este fato,  somado ao sucesso de suas parcerias com Roberto, acabou levando Erasmo até a gravadora RGE, em 1964.
                   E em 65,  a Record estreou o programa Jovem Guarda, apresentado por Roberto, Erasmo e Wanderléa em São Paulo, por três anos. E os três passaram a ser os maiores nomes do gênero. Foi a arrancada final para o sucesso que Erasmo Carlos faz até hoje.

              Tenho uma lista de 412 músicas compostas ou interpretadas por Erasmo Carlos. Mas foram muito mais. Ele gosta de rock e de bossa novas. Os outros rítmos, segundo ele  "são divertimentos".
              Nem sei como listar as minhas favoritas entre as músicas de Erasmo. Mas gosto demais de algumas delas, como "Mulher (Sexo Frágil)", "Gatinha Manhosa", "A Carta",  "Mesmo que seja Eu",  "Coqueiro Verde", "Pega na Mentira",
"Além do Horizonte",  "Amigo não chore por ela",  "Sou uma criança, Não entendo nada",  "Minha Superstar",   "Qualquer jeito"  e "Chica da Silva", um samba-enredo do Salgueiro que Erasmo Carlos canta como ninguém.

           Erasmo Carlos ficou 15 anos casado com Narinha. Tiveram algumas separações, com voltas posteriores. Até que um dia, Narinha se suicidou. Erasmo garante que não sabe porque ela se matou. "É difícil saber o que vai na cabeça das pessoas. Narinha nunca demonstrou nada que pudesse levá-la a essa determinação de morrer."
           Depois disso, Erasmo nunca mais se casou. "Mas eu namoro bastante" - garante ele.




                          

             Sobre drogas,  Erasmo garante que nunca usou drogas injetáveis. Na sua "fase hippie", em 1972, ele foi para a Holanda, França e Inglaterra e conta: "Lá eu consumi drogas, maconha, cocaína, haxixe e só. Minha experiência ficou por aí. Não aconselho ninguém a usar drogas".
   
               Pra fechar, uma frase célebre de Erasmo Carlos. "Gosto de rock e de bossa nova. O rock me aceitou, mas a bossa nova não,  porque eu e o Roberto Carlos éramos da periferia."

     

                 

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