COMEÇO A ACREDITAR
QUE O BI SEJA POSSÍVEL
Após duas partidas que me deixaram em dúvida, pude sentir ontem que o Londrina deu a primeira e importante arrancada, para uma campanha visando a conquista do bicampeonato paranaense. Gostei muito do comportamento do Tubarão no Clássico do Café. Especialmente no aspecto psicológico. Emocionalmente, o time esteve perfeito no Estádio Willie Davids.
No meio da semana passada, escrevi aqui que a dupla receita para ganhar esse jogo era "muito respeito e muita coragem". E foi exatamente isto que o Tubarão fez na partida de ontem. Respeitou o Maringá, que jogava em sua casa e precisava da vitória. Quando precisou recuar para garantir o resultado, não teve nenhuma vergonha de se encolher em campo. Mas quando precisou ousar na ofensiva e mais tarde explorar os contra-ataques, mostrou a coragem de um campeão, "matando" o jogo na hora certa.
Além da boa armação tática e do equilíbrio psicológico, o time londrinense começa a contar com o crescimento individual na produção de vários jogadores. Senão vejamos: o goleiro Vitor cresce a cada jogo e, finalmente, já conseguiu fazer a gente esquecer aquela segurança que o Danilo nos passava. E com uma vantagem: é mais alto que Danilo.
Na zaga, o Londrina conta com um dos melhores beques do País, esse Dirceu, que é regularíssimo, pois sempre joga bem. E Silvio é um bom companheiro. Já o lateral-esquerdo Allan Vieira me deixa cada vez mais curioso, querendo saber por que ele não ficou nos clubes por onde passou na sua formação, como Corinthians, Portuguesa-SP, Santa Cruz de Recife e vários outros. Até me faz pensar: qual será o defeito dele ? O cara joga muita bola. É melhor do que o Wendell, aquele que passou por aqui e hoje está na Alemanha. E o outro ala, Lucas Ramon, também sabe jogar. Esta retaguarda até agora não levou um gol sequer.
O meio-campo ficou quase perfeito, porque Germano cada vez está melhor; Bidia dá a velocidade necessária ao setor; e Léo Maringá é um dos melhores do time, com seu empenho, sua liderança e sua boa condição técnica. O gol de falta que ele fez ontem, se tivesse sido marcado em São Paulo ou no Rio estaria passando até agora na televisão.
Só fica faltando o quarto homem, o meia que realmente tem a obrigação de armar as jogadas ofensivas. Porque o Celsinho parece pensar muito nele e pouco no time. E aí eu pergunto: por que o Rone Dias nunca se firma na equipe ? Qual é o problema. O Celsinho tem que ser escalado sempre ?
Mas as dificuldades maiores estão mesmo no ataque. Wéverton, Arthur, Neilson, Hiago, Anderson ? Nenhum deles me convenceu, até agora. Mas, com o time subindo de produção, é provável que eles também cresçam e se afirmem. Até agora, eles só marcaram dois dos seis já anotados pelo Tubarão no Paranaense.
Na verdade, o time de desconhecidos que o Londrina parecia ter até pouco tempo atrás, está se transformando numa equipe de boas condições, até para lutar por um bicampeonato. Mas para tanto, a humildade tem que continuar prevalecendo. Afinal, temos um bom time, mas ainda não temos um time de super craques.
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