O Monções morreu um pouco mais

          O Monções Esporte Clube, que foi um dos maiores times do futsal de Londrina em todos os tempos, sendo inclusive campeão paranaense, parou de de participar das disputas há mais de trinta anos. Alguns craques do time verde limão e roxo já nos deixaram, como o fixo Juca e o ala Lau, falecido recentemente. Mas acho que se pode afirmar com segurança que foi ontem que o Monções morreu de verdade, com o desaparecimento de Antonio Carlos, o Baiano, que foi goleiro do time durante um largo período.

         Não se trata nem de destacar as qualidades técnicas de Baiano, que era um ótimo goleiro,  mas na maioria das oportunidades teve que ficar na suplência do grande Waldemar Marconato, o maior camisa1 da história do salonismo londrinense.  Entretanto,  além de ser um excelente reserva de Waldemar, o nosso Baiano era extremamente dedicado e certamente um dos homens mais apaixonados pelo Monções e pela vida.

 

         Os anos se passaram, mas Antonio Carlos nunca deixou morrer sua paixão pelo time. Vivia recordando os grandes momentos que ele e um grupo de grandes atletas viveram com a camisa verde limão. E  sempre que nos encontrávamos, me sugeria com entusiasmo: "Vamos dar um jeito de reencontrar todo o grupo(foto abaixo)  com um jantar ou uma festinha qualquer."

      Na foto vemos Flávio Campos, Nilton Goes, Waldermar Marconato, Tuca, Mineiro, Antonio Carlos, Nenê e Juca, em pé. Carlos Bela Vista, Valtinho, Massami, Valdir Rossi, Celsinho e o massagista Pedro Severino, agachados.

 

        Aliás, Antonio Carlos Nascimento, que faleceu ontem aos 60 anos e foi sepultado esta manhã, com incrível acompanhamento de amigos e um mar de flores, agiu com entusiasmo em tudo o que fez na vida. Também como diretor do Bola Preta, um conhecido grupo de "peladeiros" da cidade, ele deixou sua marca. Como engenheiro, detacou-se sempre, e não foi a toa que o Sinduscon abriu suas portas para o velório realizado esta noite. E até no Hospital do Câncer, onde teve que ser internado várias vezes, nesta luta de vários anos para tentar sobreviver, Baiano deixou uma mostra de sua paixão, liderando campanhas para arrecadar fundos para a manutenção do hospital.  Até se comenta por lá que uma das alas que estão sendo construidas pela casa de saúde levará o seu nome. Com inteira justiça.  

         Perdi um amigo de muitos anos. Mas Londrina inteira perdeu um um grande desportista, um ótimo goleiro, um apaixonado pela comunidade e um homem de extremo valor. Estou certo de que Deus vai cuidar muito bem dele.