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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Meu Adeus ao Lamartine

        O ano de 2011 tem sido meio duro comigo. Me deu muitas coisas boas, é verdade, mas tambem me roubou muitos amigos. E neste final-de-semana me levou mais um, o dr.Lamartine. Um grande médico, um desportista reconhecido, um homem atuante que presidiu o Iate Clube e o Rotary. E sobretudo um bom amigo.
        Conheci  Lamartine Correa de Moraes Junior, paulista de Jaú, no final dos anos 6O. Tenho muitas lembranças dele. Especialmente de suas visitas ao "Cantinho", um bar que eu tive na rua Souza Naves, e que ficou famoso pela música, pela alegria e por reunir jovens da sociedade londrinense, que naquele tempo começavam a curtir barzinhos. Muita gente se conheceu, se amou, namorou e casou no embalo do "Cantinho".
        Pois ainda estou vendo o Lamartine entrar de mão com a namorada Neusa, que logo se tornaria sua esposa e grande companheira. Iam ao bar para tomar uma bebida e para me ouvir cantar e tocar violão. Lamartine pedia suas canções preferidas, que geralmente eu sabia, porque éramos de uma mesma geração. E, invariavelmente, pedia "Maria Rosa", de Lupicínio Rodrigues.
        Quando ele ficou limitado pela doença, eu passava sempre em frente a sua casa e conversava um pouquinho, enquanto ele tomava seu sol da manhã. E eu seguia nas minhas caminhadas.  Um dia, criei coragem, peguei o violão e bati na sua porta. Suas limitações vocais não impediram que cantarolasse junto comigo por algumas horas. Lamartini me parecia feliz.
        Na sexta-feira passada, através de uma amiga comum fiquei sabendo ele estava internado na UTI da Santa Casa. No sábado, acordei pensando nele, sem saber que já tinha morrido. Me lembrei das suas canções prediletas e, em pleno banho, cantei "Maria Rosa". Não sei se ele ouviu. De qualquer forma, reforço aqui o verso forte de sua música preferida: "Vocês, Marias de agora / Amem somente uma vez / Pra que mais tarde esta capa / Não sirva em vocês.

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