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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

CANÇÕES QUE FICAM PRA SEMPRE

                                                       
                                      " T  R  A  V  E  S  S  I  A "


de: Milton Nascimento e Fernando Brant  
  
                                                    com:  Milton Nascimento

                      

 
 Sou amigo de Nelson Capucho (na foto com a filha Mariana) há mais de quarenta anos. E me acostumei a vê-lo curtindo tudo que diz respeito a MILTON NASCIMENTO. Sempre soube também que a canção preferida de Nelson é "TRAVESSIA".  Preferida dele e de milhões de brasileiros. Afinal, esta é mesmo uma daquelas "Canções que ficam pra sempre".
Conheço outras paixões musicais de Capucho, que oportunamente compartilharei com os amigos do nosso Blog. Mas a maior delas é realmente "TRAVESSIA", escrita por MILTON NASCIMENTO e FERNANDO BRANT e lançada em LP no ano de 1967
 
 
 
Travessia é o primeiro álbum de Milton Nascimento. São os músicos do Tamba Trio que acompanham Bituca.  As dez faixas do disco são:
  1. Travessia (M. Nascimento - Fernando Brant)
  2. Três Pontas (M. Nascimento - Ronaldo Bastos)
  3. Crença (Márcio Borges - M. Nascimento)
  4. Irmão de fé (M. Borges - M. Nascimento)
  5. Canção do sal (M. Nascimento)
  6. Catavento (M. Nascimento)
  7. Morro velho (M. Nascimento)
  8. Gira, girou (M. Borges - M. Nascimento)
  9. Maria, minha fé (M. Nascimento)
  10. Outubro (M. Nascimento - Fernando Brant)
 

    Quando você foi embora, fez-se noite em meu viver
Forte eu sou mas não tem jeito
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho pra falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedra como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto
Vou querer me matar
Vou seguindo pela vida, me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço
Com meu braco o meu viver
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedra, como posso sonhar?
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto
Vou querer me matar





         Fernando Rocha Brant nasceu em Caldas, no Sul de Minas, em 9 de outubro de 1946. Era filho do juiz Moacyr Brant e da dona de casa Yolanda Brant. Aos 5 anos, ele se mudou com a família para Diamantina, que inspirou clássicos como "Beco do Mota", "Paisagem da janela" e os temas do espetáculo de dança "Maria, Maria"". Aos dez, chegou a BH, onde construiu sua carreira.

        Na capital, estudou no Grupo Barão do Rio Branco, no Colégio Arnaldo e no Colégio Estadual Central. A BH tranquila, com a garotada brincando nas ruas, marcou a obra do compositor – exemplo disso é "Bola de meia, bola de gude" ou a antológica "Saudades dos aviões da Panair", com seus bondes e motorneiros.

          O Estadual Central fez a cabeça de Fernando nos anos 1960, marcados pela efervescência política. Ele se apaixonou por Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Fernando Pessoa, García Lorca, Guimarães Rosa e Graciliano Ramos. Virou cinéfilo, tomou contato com Fellini e Orson Welles.
O Estadual, literalmente, deu livros, régua, compasso e versos aos futuro compositor, assim como as rodas boêmias de BH. Um de seus professores era o poeta Affonso Romano de Sant’Anna.
 
Arquivo Estado de Minas

                    Sua poesia sempre caiu no gosto do povo. Canção da América  (“Amigo é coisa/ pra se guardar”), Maria, Maria (“E a estranha mania de ter fé na vida”), Ponta de areia, Nos bailes da vida (“Todo artista tem de estar aonde o povo está”), Raça (“Lá vem a força/ lá vem a magia”) e Encontros e despedidas são alguns exemplos da profunda conexão de Brant com a sua gente.

                    O engajamento político daquele jovem forjado nos anos 1960 nunca esmoreceu. Com suas canções, Brant militou na campanha das Diretas-já, apoiou a cruzada do mineiro Tancredo Neves para restaurar a democracia, defendeu o direito do brasileiro à cidadania, celebrou a negritude. Também lutou arduamente por seu ofício, batalhando pelos direitos autorais. Integrou a associação Amar e dirigiu a União Brasileira dos Compositores (UBC). Militante da palavra, foi cronista do caderno EM Cultura deste Estado de Minas até o ano passado. O livro Clube dos gambás (Record) reuniu alguns textos publicados no EM.

                   Fernando  Brant morreu há menos de um ano. Tinha 68 anos de idade.  Casado com Leise Brant, o compositor deixou as filhas Izabel e Ana Luiza, o filho do coração, Diógenes, e dois netos. Milhares de fãs ficaram órfãos.

 

 Milton Nascimento nasceu no Rio no dia 26 de outubro de 1942, filho de uma empregada doméstica. E, além de compor e cantar, ele toca violão, gaita, acordeão, contrabaixo e piano. Atua em MDB, latin jazz, samba-canção, folk rock, música experimental, pop,  rock progressivo e world music. É certamente uma das mais belas vozes masculinas do Brasil.
                                    Mineiro de coração, Bituca ficou conhecido nacionalmente com a canção "TRAVESSIA",  que ele compôs em parceria com Fernando Brandt, e que foi a segunda colocada no Festival Internacional da Canção de 1967.  E "TRAVESSIA" está no vídeo acima, magnificamente interpretada por Milton.


 
  Com quase 35 álbuns gravados, Milton Nascimento ganhou 5 prêmios Grammy e especialmente o Grammy de "Best Wold Music Album in 1997."
          Bituca já se apresentou na América do Sul, América do Norte, Europa, Ásia e África.
           Teve como parceiros e músicos que regravaram suas canções nomes famosos como Wayner Shorter, Pat Metheny, Björk, Peter Gabriel, Sarah Vaughan, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Carlinhos Brown, Fafá de Belém e a saudosa Elis Regina, que  disse certa vez: "Gosto de cantar qualquer coisa dele. Tenho loucura por ele. Só sinto medo de desagradá-lo". E ele elegeu Elis sua "musa preferida".
 


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