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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

   Quem frequentou o Cantinho, bar noturno que eu dirigi por muitos anos em Londrina, certamente conheceu esse negrinho maravilhoso que tocava violão como poucos no Brasil.  Neste espaço, que diariamente destaca nomes de expressão da música, não posso deixar de homenagear este artista maravilhoso que morreu tragicamente.

         Meu tributo a   M  A  C  U  M  B  I  N  H  A


                          

                                                            MACUMBINHA  morreu tragicamente  com apenas 26 anos, no seu apartamento em São Paulo. A imprensa na época noticiou que,  sem condições de saldar suas dívidas, ele cometeu suicídio. Falaram em pacto de morte, devido as supostas dificuldades financeiras de Macumbinha. Mas seus parentes e amigos mais próximos contestaram a notícia, preferindo acreditar num terrível acidente.

                                                          O que ficou comprovado é que, no dia da tragédia, Macumbinha passou na casa de sua  amiga Elza Soares. Ela disse que e estava triste.  De lá foi pra casa. Três dias depois, arrombaram o seu apartamento e encontraram os corpos de Macumbinha, esposa e filhos, mortos por vazamento de gás. A Polícia chegou a arriscar uma tese, segundo a qual o filho mais velho do artista, que era muito traquinas, teria se levantado à noite e aberto o bico gás. Mas nunca foi descoberto o que realmente aconteceu naquela noite de 30 de junho de 1977.

                                                           Benedito Inácio Garcia, o MACUMBINHA, nasceu em 1951 na cidade de São Paulo, filho do também violonista Mário Mathias. Extremamente precoce, aos 5 anos o garoto já se apresentou no Programa Geraldo Blotas, na Rádio Bandeirantes-SP, tocando sanfona de quatro baixos e acompanhando a cantora Carmem Costa. E aos 7 anos, ganhou do pai um violão  Di Giorgio.


                                                     Em 1966 participou de um programa na Rádio Record e impressionou incrivelmente o produtor Mario Albanese, que levou Macumbinha para morar na sua casa, o que possibilitou o seu aprimoramento musical. Foi quando nosso  jovem artista conheceu o também violonista Silvio Santisteban. Os dois acabaram formando um duo de violões e gravando o LP "Violão em Duas Cores".  Uma pequena amostra do talento deles está no vídeo que ilustra esta postagem.


                                                    Quem ouvia pela primeira vez Macumbinha tocar violão, se espantava com a sua arte. Era realmente algo fora do comum. Tive a felicidade de cantar acompanhando por ele nas madrugas vividas no "Cantinho". E agradeço a Deus por ter me proporcionado aqueles momentos.

                                                     Macumbinha e Santisteban ajudaram decisivamente no lançamento do "Jequibau", ritmo criado por Mário Albanese. Era um estilo sincopado de tocar, que os três pretendiam que substituísse a batida da bossa nova. E foi neste movimento que Macumbinha explodiu como a maior promessa do violão brasileiro. Integrou vários conjuntos e fez enorme sucesso na noite paulistana.

                                                  Houve uma época em que Macumbinha era chamado pelos grandes artistas brasileiros para acompanhá-los. Leny Andrade, Elza Soares e até Roberto Carlos adoravam cantar acompanhados por Macumbinha.

                                                  Mas foi no começo da década de 70 que Macumbinha começou a aparecer por Londrina, trazido pelos saudosos Luiz Edmundo Samartano e Zé Carlos Bandeira, que dirigiam a boate "One Way".  Gostava daqui, fez muitas amizades e trabalhou em diversas casas noturnas da cidade. Mas as dificuldades financeiras já existiam. Ainda me lembro de uma noite em que ele veio jantar aqui em casa e comentou o assunto comigo e minha esposa. Era um cara alegre e muito educado. Ouvir Macumbinha falar era quase tão emocionante quanto ouví-lo tocar violão. 
 
   Fica aqui a minha homenagem pessoal a este grande artista e inesquecível amigo !


                                                   


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