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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

domingo, 9 de agosto de 2015

          Estou destacando esse 'cara' hoje, porque me bateu uma saudade danada dele. Um artista tão talentoso assim não podia ter morrido com apenas 58 anos. Menos mal que ficou o seu filho Diogo. Mas tenho muita saudade de  

                                  J O Ã O     N O G U E I R A

                      


                            É claro que JOÃO NOGUEIRA nasceu no Rio de Janeiro. Estava escrito na sua cara, no seu jeito e no seu samba. Nasceu no mesmo ano que eu, 1941. Teria hoje a minha idade. Seu pai era o advogado e músico João Batista Nogueira. E tinha uma irmã Gisa Nogueira também compositora. Se respirava música naquela casa. João logo aprendeu a tocar violão e a compor em parceria com Gisa. Não é a toa que João deixou um filho talentoso como Diogo Nogueira, um dos grandes nomes do samba atual, que qualquer dia destes também estará aqui neste espaço.
                            Este samba que aparece no vídeo acima, feito em parceria com Paulo Cesar Pinheiro, foi uma das obras primas de João Nogueira. "Espelho" é mesmo um grande samba.





                        As primeiras composições vieram aos 15 anos. Ele fazia sambas para o bloco carnavalesco Labareda, do Méier, onde conheceu o músico Moacyr Silva, dirigente da gravadora Copacabana, que o ajudou a gravar o samba "Espere, Ó Nega", em 1968. Seu primeiro compacto simples foi com "Alô Madureira" e "Mulher Valente". E em 69 Elizeth Cardoso gravou uma música dele.
 










                   
   Mas João apareceu no cenário nacional no início dos anos 70, quando emplacou o sucesso "Das 200 prá Lá", que defendia a política de expansão de nossa fronteira marítima ao longo das 200 milhas. Eliana Pittman foi quem chegou às paradas com esse samba que foi muito elogiado pela revista Time, dos Estados Unidos.
                     João sempre teve um estilo "manso" de compor e cantar.  Todos achavam que ele era diferente, pois não vinha do morro e nem das escolas de samba, embora frequentasse a Portela desde criança, levado pelo pai, de que herdou parte do estilo. João puxava mais para o lado de Paulinho da Viola.  Ele cantava um samba sincopado, bem do jeito que eu gosto.

                  A expectativa era de uma carreira longa, mas em 1998, com problemas circulatórios, João Nogueira sofreu uma isquemia cerebral. Chegou a ser internado em estado  grave, mas conseguiu se recuperar e voltou a trabalhar, divulgando seu último álbum, intitulado "João de Todos os Sambas" . Em 99 foi homenageado, recebendo o Troféu Eletrobrás de MPB. E já não se reocupava tanto em compor, pois passou a sentir prazer em cantar.
                   Mas na madrugada do dia 5 de junho de 2.000, aos 58 anos, João Nogueira teve um infarto fulminante, em sua casa no Recreio dos Bandeirantes, e morreu subitamente, deixando três filhos, entre os quais Diogo Nogueira, que pegou o bastão, não deixou a peteca cair, e nos faz matar a saudade do seu pai, dada a semelhança física, vocal e a simpatia com que representa o melhor samba carioca.
                                                   

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