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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

                    Este foi um dos melhores que tivemos e continuamos tendo, na arte de compor e de cantar.  Quando você começa a ouvir as músicas dele, você se dá conta de que conhece todas. E mais: que gosta de todas

                                                  p a u l o      d i n i z


                           

          Conheci poucos compositores que soubessem compor com sabedoria e ao mesmo tempo popularidade. PAULO DINIZ é um desses poucos gênios da música popular brasileira. Neguinho, magrinho, origem pobre. Paulo tinha tudo pra não dar certo na vida. Mas deu.  E a prova é  "PINGOS DE AMOR", esta canção que aparece no vídeo, certamente uma das mais tocadas em reuniões caseiras de violão e cantoria nos últimos 50 anos. Todo mundo gosta dela.

       "A vida passa, eu telefono /  E você já não me atende mais / Será que já não temos tempo / Nem coragem de dialogar /  Ainda ontem pela praia / Alguma coisa me lembrou você /  E veio a noite, namorados se encontrando / E eu estava só...."

          Pode haver algum verso mais simples e mais bonito do que este ?   Duvido !
 
 
Mas acreditem,  não foi "Pingos de Amor " que consagrou definitivamente Paulo Diniz, a nível nacional e internacional.  Foi "Quero voltar Pra Bahia", que ele compôs com o amigo Odibar, remontando versos carregados de saudade para homenagear Caetano Veloso, que estava exilado em Londres.
 
"I don't want to stay here / I wanna to go back to Bahia ...." 
 
 
 
 
Paulo Diniz nasceu em Pesqueira, Estado de Pernambuco. Tem 75 anos e canta até hoje, mas precisa que alguém empurre a sua cadeira de rodas. Paulinho não anda mais.  Seus graves problemas de saúde começaram entre 1987 e 1996. Parou de gravar e quase ficou paralítico, mas parcialmente recuperado retomou a carreira em 1997, já então com residência fixa no Recife.
 


Atualmente, ele continua morando na capital pernambucana e faz apresentações por várias cidades e capitais do Nordeste. Com a mesma voz vibrante de antes, porém sentado numa cadeira de rodas, porque a doença retornou em 2005 e desta vez paralisou seus membros inferiores.
 

 
Mas nestes quase 50 anos de carreira (profissionalizou-se em 1966), foram muitas vitórias, alegrias e, sobretudo superações, depois de um começo de vida extremamente difícil.  Filho de Vanderlon Diniz, nosso astro trabalhou dos 12 aos 16 anos numa fábrica de doce da sua cidade.
 
 
Mais tarde, mudou-se para Recife, onde chegou a ganhar a vida engraxando sapatos, mas logo passou a atuar como crooner e baterista  em casas noturnas, locutor de casas comerciais  e, em seguida, locutor e ator da até hoje famosa Rádio Jornal do Commercio, da qual foi demitido por pronunciar um nome errado.
 
 
De Recife foi para Caruaru e depois Fortaleza, onde trabalhou como locutor e ator de rádio e televisão. Até que, em 1964, veio para o Rio de Janeiro, entrando na RádioTupi e passando a compor com mais frequência. Sua primeira gravação saiu em 1966, com a música "O Chorão", um iê-iê-iê que no movimento da Jovem Guarda se tornaria sucesso nacional.
O "estouro" veio em 1970 com "Quero Voltar Pra Bahia", que alcançou os primeiros lugares das paradas do País inteiro, tornando-se uma espécie de hino, canção-símbolo de uma época conturbada da história política e social do Brasil.
 
Depois de lançar mais dois LPs de sucesso, Paulo Diniz dedicou-se a musicar poemas de língua portuguesa de autores conhecidos,como Carlos Drummond de Andrade ("E Agora, José?"), Gregório de Matos, Augusto dos Anjos, Jorge de Lima e Manuel Bandeira.
 
Além de "Pingos de Amor" e "Quero Voltar Pra Bahia", adoro as canções "Um Chopp pra Distrair", "Canoeiro",  "Ponha um arco-íris na sua moringa" ,  "E agora, José?" e "Vou-me embora, Vou me embora".
Suas músicas foram gravadas por grandes cantores, como Clara Nunes, Simone, Emílio Santiago e inúmeros outros.
Rezo para que Paulo Diniz continue vivo, cantando, escrevendo, nos dando essa lição de vida que sempre nos deu !
 
 
 
 
                             

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