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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 23 de junho de 2015

O fechamento do Canadá CC


       Vejo algumas pessoas mais sensíveis da cidade chorando com o fechamento do Canadá Country Club. Já se sabia que isso ia acontecer, mas ninguém queria acreditar.  Parece que agora fecha mesmo. E' mais um ponto de lazer, esporte e alegria que desaparece.

         Neste aspecto eu acho o povo londrinense bastante frio. Lamenta, mas não briga pela manutenção do que é bom.  Ainda me lembro de eventos memoráveis realizados lá dentro do "Clube Vermelhinho", especialmente na época em que Pedro Dellamagiora dos Santos era o presidente.

         E os serviços prestados ao esporte da cidade e do País ? Quanta coisa boa nasceu aqui no Canadá. Inúmeros atletas que defenderam o Brasil nas mais variadas modalidades esportivas começaram neste clube.

          Falta um pouco mais de garra aos londrinenses, quando se trata de sustentar as conquistas da cidade.  Querem um crime maior do que fizeram com o Joquei Clube de Londrina ?  E muitas outras coisas boas desapareceram da cidade. Logo desaparecerão mais, para dar lugar aos conjuntos de prédios altos, grandes e geralmente frios como o cimento.   Mas parece que é isso que o nosso povo acha bonito ...

3 comentários:

  1. É uma pena, pulei muito carnaval alí, embora nunca tenha sido sócio, mas lembre-se que o Londrina EC, a parte social, também deixou de existir, só ficou o futebol, graças a um curitibano, e o famoso Gremio do Centro, palco de memóraveis bailes hoje é uma igreja.
    avanti

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  2. Caro Flávio Campos, sua colocação foi muito pontual e cirúrgica, pois a instituição clubística realmente existe em função das pessoas, do esporte que lá se pratica, e aí seria mesmo consequência para o clube o fechamento se não há respaldo daqueles, que o teriam abandonado (aqui, caberia uma discussão mais ampla, pois alguns insistem que o desenvolvimento de condomínios teria esvaziado os clubes, o que discordo: nunca o que se fará num condomínio pode ser comparado a um clube, especialmente na prática de esportes e convivência entre as pessoas de diversas origens). Mas peço licença para acrescentar, neste quadro, também a omissão do Poder Público, porque me parece, ao menos entre os anos 70 e 90 (até começo do 2000), uma perfeito simbiose entre o esporte na cidade com a vida dos clubes, os quais sempre mantiveram com seus recursos (proveniente do pagamento de mensalidades de sócios), sem que nunca houvesse um apoio efetivo do Município, e nem digo apenas em destinar verba para a manutenção das equipes, que hoje são caras. Mas, a meu sentir, poderia haver uma disposição maior do Poder Público para, por exemplo, prever normas que isentassem incidência de IPTU (que é um tributo municipal) para agremiações que destinassem espaços para a prática do esporte (veja bem: poderiam crianças da rede municipal escolar utilizar o espaço, desde que havendo um benefício ao clube, ajuda mútua; e essa seria apenas uma forma de incentivo...). Perde, com o fechamento do clube, não só os sócios (que hoje são poucos, por algumas questões), mas principalmente a cidade, que não tem mais espaços para a prática e incentivo ao esporte, como pela não realização de eventos esportivos, que antes sempre agitavam a cidade, inclusive com movimentação da economia. Aliás, veja que nem mesmo os jogos de inverno existem mais, e que sempre foi evento anual de confraternização entre os desportistas amadores da cidade, sempre a incentivar a prática esportiva. A questão é bem complexa, mas há, sim, meios de resgate do clube, inclusive para imprimir um conceito mais amplo de clube, o que, no caso do Canadá, justamente utilizando o único patrimônio hoje do clube, que é sua sede muito bem localizada: é a negociação desse espaço que seria a salvação do clube e suas atividades. Mas, de outro lado, há o problema das ações judiciais, que atrapalha qualquer negócio jurídico entre particulares (o investidor não quer arriscar com riscos em ações judiciais); ainda, as propostas que aparecem nesses leilões judiciais são irrisórias, dentro de um mercado profissional que se desenvolveu no interesse de arrematar imóveis em condições especiais (lucrativas), que nunca teriam em negociação justa, e em valor irrisório (basta fazer uma mera conta, multiplicando o valor que indicam em propostas com a metragem do clube, que chega a 32 mil metros quadrados), lembrando que recentemente o zoneamento da cidade, especialmente onde situado a sede do clube, foi alterado para ser mais flexível, sendo outro fator a valorizar o terreno. Enfim, é uma questão complexa, mas que, repito, haveria saída jurídica e comercial, mas que dependeria mesmo da ajuda de todos para implementação. Para finalizar, até para não deixarmos criar um ilusório quadro factual para oportunistas de plantão, não é que o clube acabou: não há, ainda, qualquer decisão judicial pela venda do clube (a proposta que o JL indica é irrisória e contra a lei, e não sei se seria parcelada, o que novamente indica não ser justa, mas apenas visaria possibilidade de 'especulação imobiliária'), mas o fechamento foi uma decisão a diretoria pela déficit. Contudo, juridicamente, ainda dá para fazermos algo, começando pela rejeição de propostas de venda que não contemplam preços justos. Saudações, Erick Macedo.

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