Quem sou eu

Minha foto
Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 23 de junho de 2015

       Ele canta há 36 anos e é gaúcho como eu. Mas só no ano passado é que fiquei sabendo que ele existia.  Tudo bem se ele fosse um 'cara' comum. Mas o homem é o autor da canção mais bonita que eu ouvi neste 2015.  E que vem sendo cantada por Caetano Veloso desde 2003.  Por favor, ouçam o nosso artista de hoje cantando com Paulinho Moska.  Seu nome ?

                                     N  E  I      L  I  S  B  O  A

                  

      Uma música que já está há 12 anos no mercado, e que foi tema do filme  "Meu tio matou um cara", de Jorge Furtado. Uma canção gravada por Caetano Veloso e por Luiz Possi, mas que eu nunca tinha ouvido com atenção. Só quando fiquei sabendo que era das composições de NEI LISBOA é que decidi ouvi-la de verdade. E me encantei com tudo. Melodia, harmonia e uma letra apaixonada, com versos tipo "O que é que eu vou fazer pra te deixar ? / Sempre que eu apresso o passo, passas por mim / E um silêncio teu me pede pra voltar / Ao te ver seguindo / Mais leve que o ar / Tão doce de olhar / Que nenhum adeus pode apagar ..."    Sem dúvida, "PRA TE LEMBRAR" é a  música mais bonita que eu ouvi este ano.  Confira no vídeo.

 
 
Nei Tejera Lisboa é um gaúcho de Caxias do Sul, mas que vive desde os seis anos de idade em Porto Alegre. Já morou em outras capitais brasileiras e também nos Estados Unidos, onde concluiu o segundo grau.  Mas a sua ligação forte é mesmo com Porto Alegre, onde mantem um público fiel. E sua paixão é o bairro Bom Fim, onde cresceu e morou por mais de vinte anos. Nei tem hoje 56 anos, e é irmão de Luiz Eurico Tejera Lisboa, primeiro desaparecido político brasileiro, cujo corpo só foi localizado no final dos anões 70.
 
 
Nei Lisboa tem 10 discos gravados e lançados ao longo de três décadas, além de dois livros, uma coletânea de crônicas e um romance editado no Brasil e na França. Mas a paixão pela música popular surgiu na infância. Aos oito anos, já era aluno do Liceu Musical Palestrina, e se consolidou ao ingressar, em 1977 no curso de Composição e Regência da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.  Sua carreira artística começou em 1979, com os espetáculos "Lado a lado" e "Deu pra ti anos 70", em parceria com o guitarrista Augusto Licks.

O primeiro disco (este da foto acima), "Pra viajar no cosmos não precisa gasolina" , foi uma produção independente, em 83. E o segundo veio através de uma gravadora regional (ACIT) e se chamava "Noves fora"
E tão logo ingressou na EMI-Odeon, em 1986, já ganhou o Prêmio Sharp de revelação pop/rock, com a música Carecas da Jamaica.  A canção "Hein" veio em seguida, para marcar sua trajetória de forma indelével.
E em 1990, se lançou como escritor, com o romance "Um morto pula a janela", lançado pela "Artes & Ofícios", relançado pela Editora Sulina, e uma tradução francesa editada pela L'Harmattan.


                 Nei Lisboa gravou clássicos da música uruguaia, mas a carreira esquentou mesmo a partir de 2.000. Suas músicas participaram de vários filmes da forte cinematografia gaúcha. E em 2005, as canções de Nei foram gravadas por Zélia Duncan, Simone Capeto, Cida Moreira e Ná Ozzetti, inclusive a fantástica canção "Telhados de Paris". Compondo, escrevendo e cantando,  Nei vem ganhando um grande espaço na arte nacional.

 
                   Em 2009, ao completar 30 anos de carreira, Nei Lisboa recebeu da Câmara de Vereadores de Caxias do Sul o Título de Cidadão Emérito.
                    E seu décimo álbum de canções inéditas - "A Vida Inteira" -  foi lançado em dezembro de 2013.   Para quem quiser conhecer o seu trabalho, eis a relação dos álbuns que lançou:  1984 - "Noves fora";   1987 - "Carecas da Jamaica";  1988 - "Hein?!"    1993 - "Amém";   1998 - "HI-Fi" ;  2001 - "Cena Beatnik";  2003 - "Relógios do Sul";  2006 - "Translucidação";  e 2013 - "A vida inteira".


        Digo uma coisa aos amigos.  No Rio Grande do Sul existem muitos artistas (compositores, músicos e cantores) de ótima qualidade. Mas 99% deles trabalhando com música nativista, regional. Gaúcho bom se destacando na MPB é bem difícil encontrar !






Nenhum comentário:

Postar um comentário