Blog do Flavio Campos

          Num vídeo que tem mais de 57 anos, revivemos aqui uma mulher que, na opinião de muita gente, foi a melhor cantora que já tivemos no Brasil. Neta de um barão e casada com um dos industriais mais respeitados do País. Bonita, sensual, amante, explosiva, talentosa, inquieta, confusa, alcoólatra e por fim solitária, no caminho de uma morte trágica.

                   M A Y S A      M A T A R A Z Z O

                        

                              MAYSA compôs 30 canções e gravou dezenas de músicas de outros autores. Qualquer música na voz dela se tornava um sucesso nacional. Mas duas canções sempre marcaram pra mim a sua imagem: "Meu Mundo Caiu" e  esta que ouvimos agora : "OUÇA".

 

                        Entretanto,  não dá pra esquecer outras canções lindas que ela imortalizou, como "Tarde Triste", "Resposta", "Adeus", "Felicidade Infeliz", "Diplomacia" e "O Que" (todas de sua autoria) e mais: "Ne Me Quitte Pas", Alguém me disse", "Bom dia Tristesa" e muitas outras, inclusive uma que também me toca muito: "DEMAIS", composta por Tom Jobim e Aloysio de Oliveira. Vou postá-la na minha página do Facebook, talvez ainda hoje.




                           

    Até a origem de Maysa é confusa. Algumas fontes dizem que ela teria nascido na capital paulista, de uma tradicional família que viera do Espírito Santo. Outras fontes asseguram que ela nasceu no Rio e que veio para Bauru com sua família, quando tinha 11 anos.
                                O certo é que Maysa era neta do Barão de Monjardim, que foi presidente da Província do Espírito Santo por cinco vezes. E que ela estudou no tradicional colégio paulistano Assunção, no Ginásio Ofélia Fonseca e no Sacré-Coeur de Marie, em São Paulo.

                                 Maysa Figueira Monjardim nasceu no dia 6 de junho de 1936 e cantou de 1956 até 22 de janeiro de 1977, dia de sua morte na Ponte Rio-Niterói, num pavoroso acidente automobilístico.

                           Maysa casou-se aos dezoito anos (1954) com seu noivo André Matarazzo, um nome destacado da famosa família Matarazzo. E com pouco tempo de casada, teve o filho Jayme Monjardim Matarazzo, hoje um escritor conhecido, que escreveu inclusive a minissérie que contou na Globo a vida de Maysa.

                           




Tudo ia bem, até que durante uma reunião familiar, o produtor Roberto Côrte Real convidou Maysa para gravar um disco, depois de ouví-la cantar. E o álbum "Convite para ouvir Maysa" foi gravado pouco depois do nascimento do filho. Foi um sucesso nas emissoras paulistas e cariocas, e a renda foi toda destinada a um Hospital de Câncer.  Mas a carreira musical foi adquirindo um caráter profissional, o que descontentou o marido André Matarazzo e acabou levando o casamento à ruína. 
             Ainda casada, Maysa assinou contrato com a TV Record, para apresentar um programa só seu, patrocinado pela Bombril. E foi um novo sucesso. Ela começou a receber prêmios de todo lado. Ficou famosa em todo o Brasil.

                         Separação consumada. Maysa teve que abrir mão de ficar com o filho. E se mudou para o Rio. Sua vida mudou completamente. Cada vez cantava melhor e se aprimorava na arte, mas passou a enfrentar problemas de ordem pessoal. Teve vários envolvimentos amorosos, com nomes conhecidos, como o  compositor Ronaldo Bôscoli,  o empresário espanhol Miguel Aranza, com o maestro Júlio Medalha e com o ator Carlos Alberto, além de vários outros.

                  No fim de seus casos, Maysa ficava sempre sozinha, muitas vezes deprimida e bebendo demais. E era assim que ela estava quando, no dia do casamento do seu filho (foto abaixo), pegou o carro e foi para Maricá, lugar que ela adorava. Mas veio o acidente que levou a sua vida.

               Numa das últimas anotações em seu diário, Maysa escreveu: "Tenho 40 anos. Sou sozinha. O que o Mundo dirá de mim ?"