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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

  Só Roberto Carlos e a dupla Tonico e Tinoco venderam mais discos do que ele, segundo os dados oficias. Na verdade, ele também reinou no Brasil. Era chamado de "Rei do Rádio".

                  N E L S O N      G O N Ç A L V E S


                     

               Esta é a incrível história de um jovem gago que foi jornaleiro, engraxate, tamanqueiro, e polidor, e que se transformou no maior cantor que o Brasil teve por muito anos. Nelson Gonçalves é um dos melhores exemplos de perseverança, esforço e talento da história do nosso país.


               Gaúcho de Santana do Livramento, lá na fronteira com o Uruguai, nosso astro foi registrado com o nome de Antônio Gonçalves Sobral, filho de pai e mãe portugueses de Lisboa. Quando Nelson ainda era bem criança, a família se mudou para o Bairro do Brás, em São Paulo, onde na infância o menino "comeu o pão que o diabo amassou".
                 Extremamente pobre, seu pai ia para as praças e para as feiras, fazendo de tudo para arranjar o sustento  da família. Quando ficava muito difícil, o velho se fazia de cego e tocava violino, enquanto Nelson cantava, agradando as pessoas e ganhando gorjetas.
                E na juventude, depois de vender jornais e engraxar sapatos, Nelson resolveu arriscar-se, inscrevendo-se em concursos de luta. Venceu e se tornou um lutador de boxe da categoria peso-médio, ganhando o título paulista aos 16 anos de idade. Após o prêmio, lutou ainda por mais um ano para poder investir no seu sonho de infância: ser um artista.

                 Mesmo com  o apelido de "Metralha", por causa da gagueira, deixou o boxe para ser cantor. Foi reprovado em programas de calouros. Até conseguiu ser admitido na rádio PRA-5, mas foi despedido logo depois.
     
              Ainda sem vencer como cantor, e trabalhando de garçom no bar do irmão na Avenida São João, Nelson se casou aos 20 anos. Com a esposa Elvira,  ele foi para o Rio de Janeiro, enfrentando mais uma vez os programas de calouros e sendo reprovado inclusive por Ary Barroso, que o aconselhou a desistir.


               Mas em 1941 conseguiu gravar um disco de 78 rotações, e finalmente se deu bem. O público gostou e Nelson foi contratado como crooner do Cassino do Hotel Copacabana Palace. Mostrou seu talento e assinou com  a Rádio Mayrink Veiga.  Estava nascendo o sucessor dos grandes astros Orlando Silva e Francisco Alves.

              E o sucesso veio aos montes, com "Maria Bethânia", "Normalista", "Caminhemos", "Renúncia" e mais tarde "Última Seresta", Meu Vício e Você" e a emblemática canção "A volta do Boêmio". Seu casamento ia mal, com separação e depois uma nova esposa. Mas a carreira estava cada vez melhor, com excursões ao Uruguai, Argentina e Estados Unidos.

            Em 1952, casou-se com a cantora Lurdinha Bittencourt, com quem ficou até 1959, quando ela não aguentou mais as traições de Nelson. Sua última esposa foi Maria Luiz da Silva, que foi uma guerreira, especialmente quando Nelson se envolveu com cocaína e chegou a ser preso por porte de drogas.
           
         Quando saiu da cadeia, Nelson gravou de novo "A  Volta do Boêmio", com grande sucesso. E continuou gravando nos anos 70/80 e 90, sempre com ótimo resultado nas vendas. Mas a saúde já não era a mesma e, no dia 18 de abril de 1998, Nelson Gonçalves acabou morrendo no apartamento de sua filha Margareth, em consequência de um infarto do miocárdio. Foi sepultado no Rio mesmo, no Cemitério São João Batista.

       NELSON GONÇALVES gravou em sua carreira mais de duas mil canções. Ganhou 38 discos de ouro e 20 de platina. E vendeu mais de 75 milhões de discos. Num deles, gravou a canção NEGUE,  de Adelino Moreira e Enzo de Almeida Passos, que está no video desta postagem

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