Em toda a minha vida, já assisti a muitas centenas de lutas de boxe. Sou um apaixonado na "nobre arte" e juiz diplomado pela Confederação Brasileira de Boxe. Já vi quase tudo na modalidade, mas ontem conheci algo novo. O portorriquenho Orlando Cruz, gay assumido, lutou pelo título mundial dos Penas da Organização Mundial de Boxe, que estava vago. Acabou sendo nocauteado no sétimo assalto pelo mexicano Orlando Salido, que acertou um cruzado de direita no seu rosto.
Cruz entrou no ringue com um colorido shorts nas cores do arco-iris(foto), em homenagem ao movimento gay. E foi duramente insultado pelos muitos mexicanos presentes, com gritos homofóbicos. Ele até não lutou mal, mas foi nitidamente inferior a Salido, que já trazia na carreira a conquista de três títulos mundiais.
A luta foi disputada com casa cheia, em Las Vegas, numa badalada programação que teve outras lutas importantes. Nomes famosos do boxe compareceram, como Mike Tyson, Julio Cesar Chaves Junior e outros astros.
A história do boxe registra a existência de um outro gay, o ex-bicampeão mundial Emile Griffith, que entretanto só assumiu a bissexualidade depois de sua aposentadoria.
Na última luta do programa desta madrugada, o norte-americano Timothy Bradley manteve o título dos meio-médios da OMB, ao vencer o veterano mexicano Juan Manoel Marquez, de 40 anos, numa decisão dividida dos juizes, após 12 assaltos. Na minha forma de ver, Bradley perdeu a maior parte dos rounds e foi declarado vencedor injustamente.
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