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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Um jogo carregado de emoção !



                             
                    Uma noite de futebol, seja onde for, carrega invariavelmente a atmosfera de emoções à flor da pele. Mas quando os caminhos de Chapecoense e Atlético Nacional se reencontrarem no gramado da Arena Condá, nesta terça-feira, pela primeira partida da Recopa Sul-Americana, a noite será de sentimentos jamais vistos em um estádio de futebol. Afinal, não é exagero dizer que os 20.000 torcedores esperados nas arquibancadas alviverdes irão direcionar seu apoio aos dois times perfilados em campo.
 
                  Ao contrário do clima de hostilidade que distingue os embates sul-americanos nas competições continentais, o confronto entre brasileiros e colombianos não terá provocações nem atos violentos. É jogo de uma torcida só, composta por duas nacionalidades que se uniram após a queda do avião que custou 71 vidas. “O que fizeram por mim, pelo Neto e o Follmann na Colômbia foi algo de outro mundo. Uma gentileza sem tamanho.” As palavras de Alan Ruschel, um dos três jogadores que sobreviveram ao acidente, resumem o sentimento de reciprocidade demonstrado da maneira mais explícita possível em Chapecó.
 
                  Em parceria com a prefeitura, a Chapecoense preparou uma série de homenagens para a delegação do Atlético Nacional, do recebimento no aeroporto ao desfile em carro aberto pelas ruas da cidade. Além de honrarias aos colombianos antes da partida, não haverá divisão de torcidas na Arena Condá. Uma medida apenas simbólica, já que, desde o gesto nobre do clube de Medellín, que cedeu o título da Copa Sul-Americana à equipe brasileira depois da tragédia, os torcedores da Chape adotaram o Nacional como seu segundo time.
 
                   
                    Pela cidade, símbolos do alviverde catarinense se confundem com uniformes de cores semelhantes do clube colombiano. Para os chapecoenses, vestir a camisa do Nacional é a mesma coisa que vestir o manto da Chape. “Há uma procura grande por camisas do Atlético Nacional”- contam os comerciantes do camelódromo local.       
 
 
                    Não é à toa que “gratidão” seja a palavra mais usada pelos chapecoenses para se referir ao adversário desta terça-feira. Assim que tomaram consciência da dimensão do desastre aéreo, jogadores do Atlético Nacional abriram mão do título da Sul-Americana em nome da Chape, enquanto seus dirigentes e torcedores rapidamente mobilizaram ações de condolências em Medellín. No dia seguinte à tragédia, no horário previsto para a primeira partida da final, mais de 80.000 pessoas vestidas de branco lotaram o estádio Atanasio Girardot em sinal de luto pelas vítimas. A plenos pulmões, cantaram os versos que ficaram eternizados na memória do povo de Chapecó: “Que se escute em todo o continente, sempre recordaremos a campeã Chapecoense”.



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