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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Morreu Cauby, o maior cantor
 brasileiro de todos os tempos !



                                             Certamente a imprensa moderna e o público atual não reconhecerão a importância do momento, mas o Brasil está sepultando nesta tarde de segunda-feira o seu melhor cantor de todos os tempos. Morreu Cauby Peixoto, a maior voz do País e um nome reconhecido internacionalmente.

                                              Cauby morreu às 23 horas de domingo, aos 85 anos.  Ele estava internado no hospital Sancta Maggiori, no bairro do Itaim Bibi, em São Paulo. Remanescente de uma era de ouro da canção brasileira, era muito imitado, mas incomparável. Tinha saúde frágil, condição que foi se agravando nos últimos tempos: em 1997, já tinha sido internado com dores fortes, atribuídas a uma hérnia de disco; em 2000, ganhou 6 pontes de safena e, em um mês, estava cantando de novo.
                                  Caubi Peixoto Barros nasceu em Niterói, em 10 de fevereiro de 1931, em uma família de músicos: filho do violonista Cadete, sobrinho do famoso Nonô (Romualdo Peixoto), grande pianista que popularizou o samba no instrumento, além de ser primo do notável cantor e compositor Ciro Monteiro. Seus irmãos também se destacaram na área artística: Moacyr Peixoto como pianista, Arakén Peixoto como trompetista e Andyara como cantora.
                              Sua carreira teve início em programas de calouros. Era tão prodigioso que acabou se tornando o primeiro cantor brasileiro a gravar rock, a faixa Rock’n’Roll em Copacabana, em 1957. Na mesma década, logo após gravar seu primeiro disco, trocou o Rio por São Paulo para ser o crooner das boates Oásis e Arpége. De volta ao Rio, entrou para o elenco da Rádio Nacional.
                              Nos anos 50, Cauby logo se destacaria pela voz poderosa que dava brilho a standards da música americana. A identificação de Cauby com Sinatra, Bing Crosby e outros intérpretes do “american songbook”, o repertório dos standards americanos, o levaria a tentar a sorte nos EUA a partir de 1955. Lá, com o pseudônimo de Ron Coby, se apresentou em nightclubs e chegou a gravar com o maestro Percy Faith. Participou do filme Jamboree, nos EUA, cantando Toreador. Insistiu na conquista da América naquela década, chegando a fazer temporadas de mais de um ano, e chegou a ser chamado pela imprensa de “Elvis Presley brasileiro”, mas o sonho de uma carreira internacional não se concretizou.
                      Em compensação, no Brasil, emplacava sucesso após sucesso, participava de filmes, cantava na noite, nos principais programas de rádio e televisão, aderia aos estilos que iam surgindo e formava a extraordinária bagagem que o transformou, com quase 70 anos de carreira, em um dos artistas de maior longevidade na música popular. Sempre teve admirável versatilidade: fez duetos com Chico Buarque, Dona Ivone Lara, Luiz Carlos da Vila, Martinho da Vila, Nelson Sargento, Paulinho da Viola, Zeca Pagodinho e até Carlinhos Brown.
                     Sobreviveu à bossa nova, à Jovem Guarda e outros gêneros que vieram, e até se adaptou a eles, mas sempre mantendo-se como um monolito artístico, um santuário musical. Em 2009, gravou um disco só com sucessos de Roberto Carlos, de quem foi grande amigo – havia então 16 anos que Roberto não autorizava um artista a gravar um disco só com músicas suas.
                      Fosse rico ou humilde, sofisticado ou inculto, o público dele sempre exigia ao menos três sucessos em seus shows: Conceição, Bastidores (um presente de Chico Buarque) e New York, New York. Ele nunca se fazia de rogado. “Às vezes, encerro o show, deixo Conceição e Bastidores, a minha preferida, para o fim, mas a plateia exige minha volta para cantar New York, New York. Não tem jeito " dizia sempre.”
                      A história e a vida de Cauby foram retratadas há dois anos no documentário Cauby - Começaria Tudo Outra Vez, do diretor Nelson Hoineff, filme no qual o cantor fala de tudo, até de seu nunca assumido homossexualismo.,

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