"Rei do Baião", "Majestade do Baião", "Embaixador Sonoro do Sertão", "Velho Lua" "Bico de Aço", "Lula", "Pernambuco", Rei Luiz", "Gonzagão". De todas estas formas ele foi tratado. Na verdade, todo o Brasil sente a sua falta. Mas os nordestinos cada vez são mais loucos por ele
L U I Z G O N Z A G A
A música que consagrou LUIZ GONZAGA e até hoje marca a sua lembrança é claro que foi "Asa Branca". Mas eu escolhi para este vídeo de abertura a canção que mais me traz de volta a sua imagem: "VIDA DO VIAJANTE", que ele fez em parceria com Hervé Cordovil. Me bate uma saudade doída do velho Gonzagão, quando ouço estes versos.
O Brasil inteiro conhece a história de Luiz Gonzaga do Nascimento, que nasceu há quase 105 anos, lá em Exu, no Estado de Pernambuco. Era uma sexta-feira, dia 13 de dezembro de 1912, quando ele veio ao mundo numa casa de barro batido, na Fazenda Caiçara, localizada no povoado do Araripe, a 12 km da área urbana de Exu, extremo oeste pernambucano, e a 610 km da capital Recife. Era o segundo filho de Ana Batista de Jesus Gonzaga do Nascimento, conhecida na região por "Mãe Santana". E o oitavo filho de Januário José dos Santos do Nascimento.
A paixão de todos os nordestinos por Luiz Gonzaga está presente em todos os estados daquela região do País. Há estátuas dele nos mais variados lugares, como estas que vemos nas fotos abaixo, nas cidades de Campina Grande (Paraíba) e Caruaru (Pernambuco). Ele foi mesmo um dos mais importantes compositores e cantores do Brasil.
Cantando acompanhado de sua sanfona e mais zabumba e triângulo, fez a felicidade do Nordeste inteiro e foi admirado por grandes músicos, como Dorival Caymmi, Gil, Caetano, Raul Seixas e muitos outros.
Nasceu ao sopé da Serra do Araripe e isto inspirou uma de suas primeiras composições conhecidas: "Pé de Serra". Seu pai também tocava acordeão, e foi com ele que Gonzagão aprendeu tudo.
Aos 18 anos, teve sua primeira paixão, Nazarena. Mas o pai dela não o queria como genro, chegando até a ameaça-lo de morte. Mas o namoro continuou escondido, mesmo com Luiz levando uma surra de seus pais. Barrado no seu amor, ele saiu de casa e ingressou no Exército, no Ceará, no qual ficou por quase 10 anos. Deu baixa em 1939 e foi morar no Rio, levando uma sanfona nova e muita vontade de tocar e cantar. E nunca mais parou.
Sete anos depois, já vivendo como músico, assumiu a paternidade de Gonzaguinha, no relacionamento que tinha com a cantora e bailarina Odaléia.
Tocou nos mangues, no cais, em bares e nos cabarés da Lapa, além de se apresentar nas ruas, passando o chapéu para recolher dinheiro.
Além das já mencionadas "Asa Branca" e "Vida do Viajante", Luiz Gonzaga fez sucesso com muitas outras canções, como "Meu Pé de Serra", "Qui Nem Jiló", "Siridó", "Juazeiro", "Baião de Dois", "Dança Mariquinha", "Cortando Pano", "Dezessete e Setecentos", "Mangaratiba", "Cintura Fina", "A Volta da Asa Branca", "Paraíba", "Pau de Arara", "O Xote das Meninas", "Tá Bom Demais", "Ovo de Codorna", "Forró no Escuro", "Danado de Bom" e várias outras.
Ao todo, Luiz Gonzaga gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções.
Nos últimos anos de sua carreira, já na década de 80, seu ritmo mudou bastante. Gravou com Raimundo Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho e Milton Nascimento.
E sua dupla com Gonzaguinha deu certo. Fizeram apresentações por todo o País com o show "A Vida de Viajante". Foi quando ele começou a ser chamado de "Gonzagão".
Luiz Gonzaga morreu no Recife, no dia 2 de agostos de 1989.
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