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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

       Ela era conhecida pelo menos por outros quatro slogans: "Garota Grau Dez",   "Eterna Rainha do Rádio",  "A Minha, a Sua, a Nossa Favorita" e especialmente "Favorita da Marinha". Foi uma da melhores cantoras da época de ouro do rádio brasileiro

                          E M I L I N H A       B O R B A  
     

                      


                                                 Na época do rádio, quando nem se falava em televisão, EMILINHA BORBA  já era uma das principais cantoras brasileiras. Nascida na rua Visconde de Niterói, no Bairro da Estação Primeira de Mangueira, no Rio de Janeiro.  Emília Savana da Silva Borba veio ao mundo junto com seu irmão gêmeo José,  no dia 31 de agosto de 1923. E foi realmente uma artista maravilhosa.
                                      E' claro que grande parte dos brasileiros de hoje não conheceu Emilinha, mas certamente a maioria já ouviu falar nela e em Marlene, rivais na preferência do público nacional, que escutava rádio o dia inteiro e era apaixonado por seus ídolos.

               Ainda menina, e contrariando um pouco a vontade de sua mãe, Emilinha apresentava-se em diversos programas de auditório e de calouros. Ela ganhou seu primeiro prêmio aos 14 anos, na "Hora Juvenil", da Rádio Cruzeiro do Sul. Cantou também no famoso "Calouros de Ary Barroso, obtendo a nota máxima ao interpretar o samba "O X do Problema", de Noel Rosa. E logo começou a fazer parte nos coros das gravações da "Columbia".

 
                   Na fase juvenil, Emilinha também formou uma dupla com outra cantora, Bidu Reis, A dupla era chamada de "As Moreninhas", e se apresentou em todos os programas durante um ano e meio, gravando depois, para a  "Discoteca Intantil", um disco em 78 rotações, com a música "A História da Baratinha", numa adaptação de João de Barro.   Dia a dia, Emilinha crescia como artista e pouco depois passou a cantar sozinha, sendo logo contratada pela Rádio Mayrink Veiga, quando recebeu do famoso Cesar Ladeira o seu primeiro slogan: "Garota Grau Dez".



               




               

      Seu primeiro disco com o nome de Emilinha Borba ela gravou em 1939. Era um 78RPM, com o samba choro "Faça o Mesmo", de Antônio Nássara e Eratóstenes Frazão  de um lado, e o samba "Ninguém Escapa", de Eratóstenes, do outro.  E no mesmo ano foi ajudada por sua madrinha Carmem Miranda, de quem sua mães era camareira.  Carmem levou Emilinha para fazer um teste no famoso Cassino da Urca. Como era menor, sua idade foi alterada e ela foi para o teste com um vestido emprestado por Carmem Miranda e um sapato de plataforma que a lendária artista também lhe cedeu.  E Emilinha passou no teste, foi contratada  como crooner e, pouco tempo depois, já era uma das principais atrações da conhecida casa de espetáculos.



            Começou a aparecer nos filmes nacionais e a gravar seguidos sucessos. Em 1941, lançou os famosos sambas "Quem parte leva saudades" e "Levanta José". E pouco depois foi contratada pela poderosa Rádio Nacional do Rio de Janeiro, uma espécie de "Globo das rádios daquela época".  E Emilinha trabalhou por 27 anos como "Estrela Maior" da PRE-8, a líder absoluta de audiência no País.





              Na época, "pintou" uma briguinha histórica de Emilinha com Linda Batista, que ainda era a cantora mais popular do País. Tudo por causa do cineasta americano Orson Welles, que "galinhou" as duas ao mesmo tempo. Welles ficou louco quando viu a menina Emilinha, já com postura de futura estrela. As duas chegaram a se pegar nos bastidores. Mais velha, Linda deu uns tapas e rasgou o vestido que Emilinha usaria dali a pouco.  Dias depois, Orson Welles voltou para os Estados Unidos, mas Linda Batista e Emilinha nunca mais se deram bem.
 
     Na sequência da carreira, Emilinha superou as badaladas irmãs Batista (Linda e Dircinha). Nas edições de Revista do Rádio, Radiolândia e do jornal "À Noite" só dava ela. Tinha até colunas que a própria cantora escrevia.  Uma loucura a popularidade que ela alcançou.
       Nos shows de Emilinha em locais abertos, o público era comparado com o que comparecia aos comícios de Getúlio Vargas e Luiz Carlos Prestes, maiores políticos da época.
 


      Veio então o tempo das marchinhas de Carnaval que completaram a consagração de Emilinha. "Escandalosa", "Chiquita Bacana",  "Toma que Chova", "A água lava tudo",  "Vai com jeito",  "Pó-de-mico",  "Mulata Iê-iê-iê" e "Marcha do Remador" foram apenas algumas destas marchinhas, muitas das quais são cantadas até hoje nos bailes carnavalescos.  Foram dezenas de marchinhas.
 
       Mas o tempo também passou para Emilinha. De 1968 a 72  ela ficou inativa com problemas de saúde. Teve um edema nas cordas vocais  e só voltou a cantar depois de três cirurgias. O vídeo com Silvio Santos, que abre esta postagem, foi gravado em 1989. Aos 66 anos, Emilinha ainda cantava muito bem.
       Porém, só voltou a gravar em 2003, embora tenha continuado a fazer shows por todo o Brasil. Nos seus três últimos anos de carreira, fez muitas apresentações em Pernambuco, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, em São Paulo e na Bahia.

            Em fevereiro de 2004, já aos 81 anos, Emilinha foi internada, após cair da cama e fraturar o braço direito. Mas o pior veio em 2005, com um novo tombo. Desta vez, ela caiu de uma escada e sofreu traumatismo craniano e hemorragia cerebral.
            E no dia 3 de outubro de 2005, Emilinha morreu vitimada por um infarto fulminante, enquanto almoçava em seu apartamento, em Copacabana. Tinha 82 anos.

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