Quem sou eu

Minha foto
Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Matando a saudade !

                                          
         Todos os dias, eu posto uma música na minha página do Facebook.  Hoje postei uma canção do inesquecível Taiguara, um uruguaio que acabou se transformando num dos maiores símbolos da resistência à censura, durante a ditadura militar brasileira. Tenho saudade de algumas pessoas, mas geralmente elas estão por perto, posso revê-las daqui a pouco. Porém, é triste saber que não veremos mais o talentoso Taiguara, que nos deixou há 18 anos. Menos mal que ficaram as suas canções.
          Nascido em Montevidéu, em 1945, Taiguara Chalar da Silva veio para o Brasil com quatro anos. Seu pai era um músico brasileiro, que estava fazendo uma temporada de shows no Uruguai, quando Taiguara nasceu por lá.  
            Os festivais  realizados nas décadas de 60 e 70 tornaram Taiguara conhecido no Brasil. Acho que ele foi o compositor mais censurado da história da MPB, com 68 canções bloqueadas pela censura.  Na verdade, ela abusado mesmo. Fez até uma canção para o comunista Luis Carlos Prestes, intitulada "Cavaleiro da Esperança".
             A pressão foi tanta que Taiguara teve que se auto-exilar na Inglaterra, em 73. E lá gravou o primeiro disco estrangeiro de um brasileiro que acabou censurado aqui. Chamava-se "Let the Children Hear the Music".
              Quando voltou ao Brasil, em 75, gravou o "Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara" com Hermeto Paschoal, Wagner Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Novelli, Zé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. Mas o espetáculo de lançamento do disco foi cancelado pelas forças militares, que em poucos dias recolheu todas as cópias que haviam sido gravadas.  E lá se foi o nosso Taiguara, para um segundo auto-exílio, desta vez para a África e a Europa, onde ficou vários anos.
             Finalmente, livre para trabalhar no País, retornou em 1980, mas aí não conseguiu mais o grande sucesso do passado, embora suas músicas tenham continuado a ser executadas por todo o Brasil.
            Além de possuir uma excelente voz, Taiguara tocava piano, violão, teclado e uma infinidade de instrumentos musicais africanos. Morreu em São Paulo, em 1996, de falência múltipla de órgãos, em decorrência de um câncer na bexiga. 
    
  ATÉ HOJE, SINTO FALTA DESSE CARA !

Nenhum comentário:

Postar um comentário