O homem de uma cara só

         Dunga foi mesmo anunciado hoje pela CBF como novo técnico da Seleção.  No próximo sábado estaríamos chegando aos 4 anos de sua dispensa, no dia 26 de julho de 2010, depois daquela derrota para  Holanda, pela Copa da África do Sul. Mas esse incrível gaúcho está retornando por decisão unânime das pessoas que controlam o futebol dentro da CBF: o presidente José Maria Marin, o vice Marco Polo Del Nero, o administrador Gilmar Rinaldi e o técnico das Seleções de Base Alexandre Gallo.

         Como é forte esse gaúcho de Ijuí, 50 anos, nascido Carlos Caetano Bledorn Verri. Quem não se lembra do quanto ele foi criticado como jogador do Inter e especialmente da Seleção, na época que se convencionou chamar de "Era Dunga".  Saiu corrido da Seleção, após o fracasso na Copa de 90, com Sebastião Lazaroni como técnico. Mas quatro anos depois, lá estava ele de volta, chamado por Carlos Alberto Parreira, para ser o "capitão do tetra" e escrever definitivamente o seu nome como um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro.
         Também como treinador, Dunga trilha um caminho cheio de idas e voltas, mas já conseguiu o terceiro melhor aproveitamento na Seleção nos últimos 25 anos. Assumiu em 2006  com a missão de resgatar a camisa e o valor da Seleção e de obter resultados. Ficou quatro anos.  Cometeu vários erros, mas teve grandes acertos. Caiu após uma derrota, como caem todos os treinadores do Brasil. Porém está de volta agora, mais uma vez para resgatar valores. E acho que novamente vai conseguir.
       Na reapresentação de hoje, ficou claro que Dunga mudou muito pouco. E' o mesmo "HOMEM DE UMA CARA SÓ".  Ele admite que teve um contato difícil com a imprensa em sua primeira passagem, mas não se afasta de suas convicções.  "Sou gaúcho, para quem o combinado não é caro. As coisas precisam ser cumpridas. Talvez eu tenha levado muito na ponta da faca. Mas sempre cumpri o combinado e não cumpriram comigo. Não vou mudar minha essência, que é de comprometimento, lealdade e transparência."

   NOS DESENCONTRADOS CAMINHOS DO FUTEBOL DE HOJE, NÃO SE PODE MESMO ABRIR MÃO DE UM HOMEM DESTA ESTIRPE