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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

sábado, 2 de novembro de 2013

Uma história digna do Dia de Finados



          Uma história bem digna do "Dia de Finados" foi o que encontrei hoje no G1 Globo. É a história de Fábio Beraldo Rigol, de 47 anos, que mora há 13 anos no cemitério de Brotas, bairro da cidade paulista de  Santa Isabel.  
          Fábio, conhecido pelo apelido de "Popó", é mais uma vítima  das drogas. Por causa delas, foi expulso de casa, após uma briga de família. Ele era despachante e tinha até um escritório que faliu. Se atirou no vício e acabou sendo mandado embora de casa.
          Sem ter para onde ir,  Popó ficou perambulando pelas ruas. E foi assim que chegou ao cemitério. Anoiteceu e chovia muito. O homem resolveu então se instalar num túmulo grande, com espaço para seis defuntos, mas que estava com apenas uma prateleira ocupada, justamente por um amigo de Popó, que morrera há mais de 10 anos.
 
 
          "Pedi permissão para entrar, porque ninguém invade a casa de outro assim" - conta Popó, que deixa bem claro: "Não tenho medo dos mortos. só dos vivos". Ele garante que nestes 13 anos nunca viu um fantasma. Mas confessa que se sente solitário. Por esta razão, sai durante o dia: "Vou até a cidade para conseguir comida. Só em dias de muita chuva é que fico recolhido."
          Popó dá mostras de que se alimenta mal, mas garante que "sempre aparece alguém que me arruma alguma coisa para comer".  É alto, magro, calvo e tem o corpo repleto de tatuagens. Mas fala o Português de maneira impecável. Frequentou a escola até a 7ª série.
           Num dia como o de hoje, ele não tem muito sossego. Todo mundo quer ver de perto o túmulo do Popó. Mas ele não pretende ficar no túmulo até morrer. "Quero sair daqui com vida. Quero ter uma casinha, nem que seja um quarto com banheiro. Afinal, minha vida não acabou" -arremata.
 
 
 
 

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