Como sempre faço em dia de Grenal, ontem à tarde preparei meu chimarrão e me ajeitei na poltrona. Radinho no ouvido, acompanhando o Tubarão, e olho pregado na televisão, pra não perder nada do mais legítimo clássico do futebol brasileiro. Não tem pra Fla-Flu, Palmeiras x Corinthians, Ba-Vi, Cruzeiro x Atlético ou pra qualquer outro. Rivalidade de verdade é lá no Rio Grande mesmo.
As vezes me decepciono com algumas coisas. Como por exemplo no encontro do árbitro com os capitães. Parecia um jogo do Campeonato Argentino: D'Alessandro capitaneava o time do Inter e Barcos era o capitão tricolor. E "gringo" foi o que não faltou neste Grenal. Pelo Grêmio, o paraguaio Riveros, o uruguaio Maxi Rodriguez e o argentino Barcos. Pelo Inter, dois platinos: D'Alessandro, que é de Buenos Aires, e Scocco, que nasceu na Província de Santa Fé. E o uruguaio Diego Forlán. Mas entre os brasileiros tambem haviam "bandidos manjados", como Kleber Gladiador e Jorge Henrique.
É claro que a mistura de gaúchos com argentinos, uruguaios e paraguaios só poderia dar em confusão. E foi o que se viu, muita bronca. Mas na verdade, a gauchada já devia estar acostumada com tantos gringos. Conta a história que 74 estrangeiros já vestiram a camisa tricolor e que 66 já envergaram a camisa colorada. Acho que é porisso que tem gente que diz que os gaúchos são mais castelhanos do que brasileiros.
Mas o jogo de ontem foi bom. O Grêmio saiu na frente, num penalti convertido por Barcos. O Inter empatou numa jogada de Willians (o melhor em campo) completada pelo artilheiro Leandro Damião, que só não é o camisa 9 da Seleção porque Felipão é muito teimoso.
O árbitro gaúcho Fabrício Neves Correa também começou bem, mas não aguentou a pressão. Era muita gente falando na cabeça dele. Quem é que aguenta o D'Alessandro querendo apitar o jogo ? O juizão acabou se perdendo. Teve então que expulsar dois colorados (o ex-corinthiano Jorge Henrique e Fabrício) e o gremista Werley.
Mas a bronca continuou, chamando a atenção especial a discussão cara a cara de D'Alessandro com o técnico Renato Gaúcho(foto). Faltou muito pouco para o pau quebrar de uma vez por todas. Mas o Grenal continua sendo o mais forte de todos os clássicos brasileiros. Não foi a toa que tivemos mais de 40 mil pessoas e quase R$ 2 milhões de renda.
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