do neonazismo no País
O Largo da Ordem acaba de ser palco de mais uma cena de ódio em Curitiba. Uma confusão entre punks e skinheads acabou com três homens esfaqueados na noite deste sábado. O confronto entre esses dois grupos é comum e, infelizmente, faz parte de uma série de atos de violência com fundo racista e supremacista cada vez mais comuns na capital paranaense e no Brasil.
Talvez a pesquisa mais completa sobre os grupos de ódio atuantes no País seja a publicada em 2013 pela antropóloga e doutora pela Unicamp, Adriana Dias. Ela monitorou por mais de uma década a movimentação de grupos neonazistas – que pregam o ódio a negros, judeus e homossexuais – em um trabalho que lhe custou parte da liberdade (Adriana não mostra o rosto em entrevistas e nem posta fotos em redes sociais por causa das ameaças recebidas). Segundo seu estudo, existem 150 mil adeptos desta doutrina radical no Brasil. A pesquisadora estima que, deste total, 10% têm posições de liderança e uma parte menor, os 10% destes 10%, já cometeram crimes graves e são procurados ou investigados pela polícia.
Os números levantados por Adriana expõem a seriedade do assunto no Sul do País. É aqui o lar da maioria absoluta dos adeptos: 105 mil. E mais: calcula-se que 18 mil deles estejam no Paraná – o estado fica atrás de Santa Catarina (45 mil), Rio Grande do Sul (42 mil) e São Paulo (29 mil). Adriana apontou que estes são estados em que mais pesam fatores como racismo, concentração de renda na mão de poucos – para ela, uma “elite segregacionista”.
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