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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O "entra e sai da corrupção"
           Entra Cabral, sai Youssef



                 O doleiro Alberto Youssef deixou a carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 13h30m desta quinta-feira. Depois, seguiu para a sede da Justiça Federal, também na capital paranaense, onde colocou uma tornozeleira que lhe deu a possibilidade de ir para casa.
                 Youssef deve passar os próximos quatro meses em prisão domiciliar, em um apartamento no bairro Vila Nova Conceição, em São Paulo. Ele faz a viagem de carro pela Rodovia Régis Bittencourt. São cerca de 400 quilômetros. A expectativa é a de que ele chegue até a noite na capital paulista.  A mudança de regime é um dos benefícios obtidos pelo acordo de delação que ele firmou com o Ministério Público Federal (MPF), em 2014.
                       Youssef foi um dos primeiros alvos da Operação Lava Jato. A prisão ocorreu em 17 de março de 2014, em um hotel em São Luis, no Maranhão. À época, as investigações da Polícia Federal apuravam a existência de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro. O doleiro era apontado como um dos líderes do grupo.
                        A Lava Jato cresceu a partir do momento em que os investigadores encontraram ligações da empresa Costa Global, pertencente ao ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e os atos de lavagem de dinheiro promovidos por Youssef. Costa foi preso três dias depois, que o doleiro, na segunda fase da Lava Jato.
                 Meses após as prisões, Costa decidiu fazer o primeiro acordo de delação da Operação Lava Jato. Nele, o ex-diretor da Petrobras revelou um esquema de cartel, que fraudava licitações na estatal, aumentando o valor das obras contratadas com grandes empreiteiras do país. Esse excedente pago pela Petrobras era usado pelas construtoras para pagar propina a funcionários da estatal e agentes políticos da base de apoio dos governos Lula e Dilma.
                    Logo após a delação de Costa, foi a vez de Youssef assinar um acordo com o MPF. O doleiro contou, principalmente, como eram feitas as operações de transferência de recursos ilegais do Brasil para bancos no exterior, em especial na Suíça, e as formas que eram usadas para que as quantias fossem repatriadas e distribuídas aos beneficiários das propinas.

                              A história de Youssef com o crime começa muito antes da Lava Jato. De acordo com registros policiais, ele foi detido pela primeira vez ainda na adolescência. Ele e a mãe foram flagrados transportando produtos contrabandeados do Paraguai para revender aqui em Londrina, cidade do norte paranaense onde o doleiro cresceu.
                        A proximidade com doleiros da fronteira ensinou ao jovem Alberto alguns dos truques para lavar dinheiro. Sem formação universitária, ele mantinha contato com parte da classe política da região norte do Paraná.


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