Mesmo tendo talento, não é fácil para um artista chegar ao nível que ele alcançou sem ter uma estampa forte. Feio, com cara de doente e até meio corcunda, ele superou os "bonitinhos" da época e fez fama internacional
B E N I T O D I P A U L A
Se disputasse um concurso de beleza, certamente BENITO DI PAULA não teria chegado ao sucesso. Nem o seu nome original ajudava: Uday Veloso. Mas ele virou "Benito di Paula" e abriu o piano e a voz. Acabou se tornando um grande pianista, cantor e compositor brasileiro.
Uday nasceu em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro. E como eu, em 1941. Com o pseudômino de Benito di Paula, começou como crooner em boates do Rio e depois foi tocar na noite paulistana. No início dos anos 70 já estava gravando pela Copacabana. Seu estilo musical ganhou o nome de "samba-jóia", ao combinar o samba tradicional com piano e arranjos românticos e jazzísticos. Deu certo !
Seu primeiro disco, em 1971, foi censurado, porque trazia a música "Apesar de Você", de Chico Buarque. E o segundo disco "Ela" também não lhe trouxe muito êxito. Mas pra compensar, o terceiro estourou nas paradas de sucesso. Foi o LP "Um Novo Samba", onde ele já aparecia na capa com sua longa barba e seus cabelos ralos, inúmeras correntes, brincos e pulseira. E uma grande canção: "RETALHOS DE CETIM", que está no vídeo de abertura desta postagem.
E depois de Retalhos de Cetim vieram inúmeros sucessos na sua vitoriosa carreira: Charlie Brown, Vai ficar na saudade, Se não for amor, Amigo do sol /Amigo da Lua, Mulher Brasileira e muitos mais. Nos anos 70, Benito chegou a disputar com Roberto Carlos na venda de LPs. E compôs várias músicas para o "Rei".
O pai de Benito di Paula, um aposentado da concessionária da Estação Leopoldina, também era músico. Tocava diversos instrumentos, como piano, bandolim e violão. Seus irmãos Ney e Jota Veloso também são multi-instrumentistas. E seu filho Rodrigo Veloso igualmente seguiu carreira de cantor e pianista.
Benito fez muito sucesso fora do Brasil, especialmente no México, no Japão, nos Estados Unidos e principalmente na América Latina. Na virada do século, ele ficou 10 anos sem gravar, voltando em 2009 pela EMI Music
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