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Gaúcho de Pelotas, com experiência jornalística internacional, atuando em Rádio, TV e Jornal por mais de 40 anos. Cobriu duas Copas do Mundo (EUA e França), nove edições da Copa América e os Jogos Olímpícos de Atlanta (EUA), entre outros eventos importantes. Idealizador dos Jogos de Inverno Intersociedades de Londrina. Compositor premiado em diversas edições do Festival de Música de Londrina na década de 70.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Um dos maiores vexames da história



         O técnico argentino Rubén Magnano nos recolocou nos Jogos Olímpicos depois de 16 anos e foi aplaudido. Agora, ele nos tirou do Mundial, do qual sempre participamos. Vaia nele.
           Lamentavelmente a falta de cultura geral faz com 90% dos brasileiros não estejam dando bola porque o basquete fracassou totalmente. É gente que só tem olhos para o futebol. Não são esportistas, são fanáticos por futebol. O que é uma pena, porque o futebol está envolvido numa grande sugeira, em todo o mundo.
 

            Mas voltemos ao basquete. Ao perder para a modesta Jamaica  (78 x76), ontem à noite em Caracas, a nossa Seleção Masculina escreveu uma das páginas mais tristes da história esportiva do País. Saímos de uma Copa América com quatro derrotas em quatro jogos. Sou um jornalista razoavelmente bem informado. Acompanho o basquete, assim como a maioria dos esportes olímpicos. Pois não me recordo de nenhuma vitória importante que a Jamaica tenha conseguido alguma vez no basquete. A modalidade na Jamaica é medíocre. Nem o velocista Usain Bolt está acreditando que o seu país ganhou do Brasil.
             Concordo com o ex-jogador e campeão mundial de basquete, Wlamir Marques, hoje comentarista da ESPN, quando ele diz que "foi uma tragédia anunciada". Deu pra sentir durante a preparação que o Brasil corria o risco de pagar o maior Mico em Caracas.  E eu escrevi isto aqui no Blog, antes do jogo de estréia.
              E Wlamir chama a atenção para um outro aspecto: "É uma desculpa esfarrapada essa de que os jogadores da NBA não jogaram, porque Uruguai e Jamaica também não tinham ninguém da NBA. Ea Argentina só levou para Caracas o Luis Scola. O que faltou foi trabalho mesmo, bem como a preparação psicológica dos jogadores" - afirma nosso grande campeão do passado.
              Outro ex-craque brasileiro, Oscar Schmidt, o maior jogador do País em todos os tempos, também está furioso com o que aconteceu. "A culpa é de todo mundo, mas os principais culpados são os jogadores que pediram dispensa, o técnico Rubén Magnano, a CBB e a Eletrobrás, patrocinadora que diminuiu o investimento no basquete às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2016" - acusa Oscar, com seu habitual destempero.
              Na verdade, os problemas que determinaram esse histórico vexame são muitos. É claro que Magnano tem culpa. Quando os jogadores da NBA não atenderam o chamado, ele deveria ter desmanchado tudo e feito uma nova convocação. Mas preferiu manter o grupo e aplicar remendos. Acabou ficando sem time. E o treinador argentino também falhou como comandante. Desde o período de preparação ninguém entendeu porque ele mexia tanto no time, num infernal entra e sai de jogadores durante as partidas.
 
                                     
 
                Em sua defesa, Rubén Magnano diz que suspeita de um complô da arbitragens contra o Brasil. "Escreveram na súmula que eu os chamei de filhos da p..., mas nunca fiz isso. Me expulsaram e me suspenderam por um jogo" - denuncia o treinador, que vai mais longe: "Ninguém está falando, mas a situação da comida que nos foi servida foi desastrosa. Fizemos a maioria das partidas com jogadores desarranjados, com cólicas, diarréia. Sei que ocorreu a mesma coisa com a Argentina, mas não sei porque ninguém fala disso. Mas aos venezuelanos não foi servida a mesma comida que nós comemos" - acusou Magnano hoje, ao deixar o hotel em Caracas (foto). 
                  A Seleção vai desembarcar no Brasil na próxima madrugada. E muita coisa mais deverá vir a tona. O que se comenta é que os jogadores da NBA não foram a Caracas, porque a Confederação Brasileira de Basquete não pagou um seguro exigido pelos clubes norte-americanos. Só que agora a CBB provavelmente vai ter que pagar uma taxa de 500 mil euros (cerca de R$ 1,5 milhão) para se candidatar a uma vaga por convite para o Mundial do ano que vem na Espanha
                   Acho vergonhoso para o Brasil o pagamento de um convite para tentar entrar na festa. Mas a prática é comum em Mundiais de Basquete. Em 2010 na Turquia, a Fiba "vendeu" quatro convites a seleções que não haviam se classificado na quadra: Rússia, Alemanha, Lituânia e Líbano. A primeira vez que convites foram "vendidos" foi em 2006, quando Itália, Turquia e Sérvia e Montenegro foram os países "compradores". E já se fala pelos corredores da Fiba que quatro seleções serão "convidadas" para o Mundial 2014.
                      O fato é que a eliminação do Brasil causou espanto em todos os cantos. Hoje, antes do Brasil deixar Caracas, o astro da Seleção Argentina Luis Scola foi abraçar alguns rivais brasileiros e declarou: "É decepcionante uma seleção tão forte como a do Brasil ser eliminada de uma competição importante tão cedo". 
                     

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