Uma explicação necessária

   Alguns amigos que costumam ler o nosso blog têm reclamado, achando que eu não tenho demonstrado muita simpatia para com as atividades do Tubarão. Mas não é uma questão de simpatia, boa vontade ou coisa parecida. O Londrina Esporte Clube está na minha vida. Ao lado dele vivi grandes momentos, talvez os melhores da vida do clube. Fui até agraciado com um título remido, na categoria "Grande Benfeitor", do que muito me orgulho. A carteirinha segue comigo. Tem o número 0107 e foi assinada pelo grande dirigente Jurandir Barrozo, no dia 3 de novembro de 1994.

        Mas as coisas mudaram muito no Londrina. Nem sei se continuo sendo um "Grande Benfeitor" ou se fui "cassado" pelas novas cabeças que tomaram conta do clube.  De qualquer forma, sempre estive a disposição.

          Quem me conhece, entretanto, sabe que sou um homem sincero, que diz o que pensa. E eu não aprovo e não gosto do estilo diretivo que hoje comanda o nosso Tubarão. Não acredito em clubes que são dirigidos por empresários ou pessoas que fazem do futebol um negócio. Desta forma, para mim este LEC que aí está não é o clube que aprendi a amar e a respeitar. Metade da cidade não conhece o presidente, mas todos conhecem o gestor que faz o que quer com a vida do clube. Tenho ouvido até agradecimentos públicos dirigidos a ele, como se estivesse fazendo tudo de graça.

         Nunca torci contra o Londrina e podem estar certos de que jamais farei isso. Mas nunca mais fui ao Estádio do Café, desde que o futebol londrinense virou negócio, embora veja todos os jogos do Alviceleste que são mostrados pela televisão. Comprei até um pacote de pay-per-view da Net.

          Respeito quem aderiu este novo estilo de administração, mas para mim o Tubarão está perdendo a cada dia um pouco mais da sua personalidade, construída com tanta dificuldade por homens como Franchello, Jacy Scaff, Dorival Pagani, Iran Campos, Jurandir Barrozo, Davi dos Santos Filho, Ramondini, Xulipa, Huber, Moaci, Zé Roberto Vezzozzo, Osmar Manzano, Durval Dias Ribeiro, Carlinhos Scalassara, Murilo Zamboni, Cleber Toffoli, Luiz Carlos Miguita, Garcia, Hamilton Nassif, Adirley Pio Nonino, Umberto D'Addário, Zé Café,  Garrote, Nassib Jabur e toda a turma do Hotel Bourbon, Aldivino Generoso, Fiori Luiz e mais um monte de apaixonados de verdade, muitos dos quais certamente estou esquecendo aqui, num erro imperdoável.  Mas é  preciso que se diga que estes sim, foram homens que amaram o Londrin a pra valer.

           Aos amigos que acham que eu não estou dando ao Londrina de hoje o devido valor, deixo uma indagação: como é que eu vou apoiar dirigentes que, após uma honrosa campanha e prestes a voltar ao Campeonato Brasileiro, negociam alguns dos melhores jogadores da equipe, como Wéverton, Bruno e Wendell ?